Ao mesmo em que retoma a rotina de treinamento para a próxima temporada, Maurren Maggi pensa em renovar os acordos com seus patrocinadores. A saltadora gostaria de manter a parceria com o São Paulo Futebol Clube, o que depende da Nestlé, uma das empresas que a apoia.

O clube chegou a ser defendido nos anos 1950 pelo astro Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico no salto triplo, mas viveu uma longa fase de ostracismo no atletismo até contratar Maurren, então campeã dos Jogos de Pequim-2008, em fevereiro de 2010.

A chegada da estrela ao São Paulo foi viabilizada pela Nestlé, que a apoia através da Sollys. Pelo acordo, válido até o final desta temporada, o Tricolor contribui apenas com sua ‘marca’. Desta forma, uma eventual renovação do compromisso depende da patrocinadora.

A assessoria de imprensa da Sollys informou que a empresa prefere não se pronunciar sobre o assunto no momento. Maurren Maggi, por sua vez, aposta no bom relacionamento com o Tricolor para facilitar a renovação.

“Com o São Paulo, acho que é mais fácil, porque o clube sempre me ajudou, mesmo quando eu não era patrocinada. O São Paulo é ótimo comigo e tenho uma boa relação com todos os diretores. O Juvenal (Juvêncio, presidente) é um amigão. Quando vou acompanhar os jogos no Morumbi, sempre aproveito para visitar o camarote dele”, disse.

Júlio Casares, vice-presidente de comunicação e marketing do São Paulo, vê a eventual renovação com bons olhos. “O clube também tem interesse, mas tudo depende do patrocínio. A Maurren é um bom nome para o marketing, ainda mais porque as próximas Olimpíadas serão no Brasil”, declarou o dirigente.

No último ciclo olímpico, a saltadora enfrentou uma série de lesões, passou por uma cirurgia no joelho e competiu menos do que esperava – não salta mais de 7,0m desde a final dos Jogos de Pequim-2008. Em Londres-2012, caiu logo na fase classificatória ao registrar 6,37m.

Além de competir como atleta do São Paulo na parceria viabilizada pela Nestlé, Maurren Maggi conta com o apoio da Companhia Energética de São Paulo (CESP). A Caixa Econômica Federal, que também estampa o uniforme da atleta, é ligada à Confederação Brasileira de Atletismo (Cbat).

“Meu objetivo é disputar as Olimpíadas de 2016 de forma competitiva e para isso eu preciso de gente grande junto comigo. Quero fazer algo importante na minha despedida e, com os grandes do meu lado, vou poder ter mais tranquilidade”, declarou Maurren.

O técnico Nélio Moura negocia os acordos de patrocínio ao lado da atleta. Questionado sobre uma possível diminuição nos valores em função da perda do status de campeã olímpica de Maurren, ele minimizou e manifestou o desejo de firmar contratos longos.

“Isso (uma possível queda de valores) é o menos importante. É claro que vamos negociar, mas a maior preocupação é ter algo a longo prazo de novo, queremos ter o ciclo todo fechado. A intenção é renovar todos os acordos. Acho que a chance é muito grande, porque nenhum foi um patrocínio exclusivo para os Jogos Olímpicos”, disse.