A economia nacional está fazendo milagres.
Não só forçando lojas caras de Nova York a contratar vendedores que falem português para atender brasileiros.
Nem colocar o país no roteiros dos grandes artistas internacionais.
Revoluciona o futebol.
O Brasil virou um oásis para jogadores estrangeiros famosos perto do ocaso da carreira.
Com todo o orgulho, o Internacional acaba de anunciar oficialmente a contratação de Diego Forlan.
Por uma 'bagatela', como se diz no Sul.
O melhor jogador da Copa do Mundo de 2010 vai receber R$ 415 mil mensais.
Dinheiro que o Inter espera não ter de pagar.
A diretoria jura que imitará o plano de carreira de Neymar no Santos.
E os patrocinadores depositarão os salários na conta de Forlan.
Aos 33 anos, ele ainda é a principal estrela do futebol uruguaio.
Volta para o continente sul-americano para garantir a sua presença na Copa de 2014.
Na reserva da Inter de Milão, onde foi muito mal, marcando apenas dois gols em um ano, Forlan corria o risco de ser deixado de lado.
Terá vida nova no clube gaúcho.
O Inter venceu a concorrência com o São Paulo.
Apesar dos laços familiares, Pablo, pai de Diego, foi jogador e ídolo no Morumbi.
Juvenal Juvêncio deixou a contratação encaminhada no ano passado.
Mas a péssima fase do jogador na Itália o desestimulou.
E o dirigente abriu mão, deixou Pablo negociar o filho com quem desejasse.
Forlan chega para atuar ao lado de D'Alessandro, estrela argentina que se dobrou há mais tempo à economia brasileira.
No mesmo dia em que o Inter confirma o uruguaio, o holandês Seedorf chega ao Rio de Janeiro.
Contratado pelo Botafogo, ele teve um desembarque de Messias.
Aos 36 anos, o bicampeão mundial interclubes e tetracampeão da Champions League escolheu o Brasil.
Tinha a chance de atuar nos Estados Unidos ou no mundo árabe.
Além da pueril desculpa de ter a esposa brasileira, o dinheiro pesou.
O clube carioca ofereceu nada menos do que R$ 800 mil mensais a ele.
A esperança do presidente Mauricio Assumpção é conseguir parceiros que banquem esse dinheiro.
Por isso o Botafogo fará o maior carnaval possível na apresentação e em tudo relacionado a Clarence Seedorf.
E por isso não fez a menor questão de preservar Loco Abreu.
O uruguaio já foi usado até o talo.
Não tinha mais utilidade e nem mais o mesmo retorno.
Dentro e fora de campo.
Por isso acabou liberado com toda a facilidade para o Figueirense.
O clube catarinense vai pagar R$ 200 mil ao atacante de 35 anos.
Loco forçou o negócio porque não estava sendo escalado por Oswaldo de Oliveira.
E temia perder a Copa do Mundo de 2014.
O dinheiro oferecido foi ótimo a ponto de nem cogitar deixar o Brasil.
E há outros veteranos famosos dispostos a conhecer o nosso país tropical.
O italiano Del Piero saiu da Juventus.
Empresários o oferecem ao Cruzeiro, Flamengo e Atlético Mineiro.
Conselheiros são paulinos insistem com Juvenal Juvêncio que nunca esteve tão fácil um velho objeto de desejo do clube.
O inglês David Beckham.
Milton Cruz já o convidou para jogar no Morumbi no ano passado.
A proposta não foi levada a sério pelo atleta midiático.
O jogador de 37 anos está desgastado no Los Angeles Galaxy.
E desiludido por não ter sido convocado para disputar a Olimpíada de Londres.
Seria a hora certa para o São Paulo voltar a carga.
Seus salários no Galaxy foram rebaixados em 40%.
Ele ganha cerca de R$ 700 mil mensais.
Fora, lógico, todo os patrocínios pessoais, que poderiam ser mantidos por aqui.
A economia brasileira está fazendo milagres.
E não será por falta de ídolos que o público deixará de acompanhar o Campeonato Brasileiro.
Não importa se eles tenham muito mais de 30 anos.
Mas quem há anos imaginaria Seedorf dividindo a bola com Diego Forlan no Engenhão?
Ou clubes nacionais analisando a sério as contratações de Del Piero, Beckham?
É a vitória do capitalismo selvagem.
A confirmação do real diante do dólar, do euro.
Quem diria?...
David Beckham
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