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Diretoria age antes e após jogo, mas vaga veio "de dentro" para Leão

Antes e depois do jogo contra a Ponte Preta, o presidente Juvenal Juvêncio conversou com os jogadores. Já o diretor de futebol Adalberto Baptista, ao final da partida, com a classificação são-paulina para as quartas de final da Copa do Brasil, fez questão de entrar no campo para abraçar cada um dos jogadores e Emerson Leão diante da torcida. Mas o treinador avisa: nada disso gerou a vitória por 3 a 1.

“A vitória veio de dentro, não de fora. E muito menos por fora”, definiu o técnico. “Todos falam quase todos os dias. A fala é apenas uma soma, tudo sai de trabalho do treino”, continuou, afirmando que em nenhum momento imaginou que seria demitido com a desclassificação porque “quem pensa pequeno jamais será grande”.

E foi pensando grande que Leão diz ter falado aos seus atletas antes da entrada no campo: “pensem só em vocês”. “Não adianta presidente, vice-presidente e treinador falarem. Nós só fazemos parte da turma da retaguarda. Eles, jogadores, são os únicos dentro de campo que podem tomar uma atitude e fazer a diferença. Não vamos gastar tempo com palavras, mas com atitude dentro de campo”, contou o treinador.

Até o afastamento de Paulo Miranda, que gerou instabilidade no grupo, parece ter sido usado como exemplo “A ferida do coração valeu mais do que a vergonha na cara. Tínhamos uma satisfação a dar, algo a oferecer porque sabíamos o que temos. Colocamos em prática dentro de um silêncio muito grande, sem muito abraço, sem muitas respostas, apenas com trabalhando, orientação e determinação dentro do que achávamos ser possível”, disse Leão.



A prática citada pelo comandante está no desempenho do time. Casemiro admitiu que só fez o primeiro gol porque obedeceu a ordem de partir para a meta à espera de um desvio em cobrança de falta. No segundo tempo, Jadson e Maicon, elogiados por Leão no coletivo de terça-feira, entraram para tocar a bola e evitar que o adversário ditasse o ritmo do jogo.

Citar os fatos é um recado de Leão aos dirigentes, discordando até do termo “derrota” em relação ao placar favorável à Ponte de 1 a 0 no primeiro jogo. “Quando você tem 180 minutos, aquele era o primeiro round. Vencemos o segundo em casa com um trabalho bem conduzido de mérito presente.”

A sintonia entre o treinador e a diretoria está claramente menor desde a imposição com Paulo Miranda. Após o episódio, o comandante foi até abordado no intervalo de um treino no CT da Barra Funda por Adalberto Baptista em conversa dura na qual, segundo o ex-goleiro, o diretor se disse surpreso com a repercussão da saída do zagueiro. A clara tentativa dos dirigentes em se aproximar do grupo, que admitiu o baque ao ver um colega barrado, é desvalorizada pelo técnico.

À frente de uma equipe que, neste ano, igualou o recorde de vitórias seguidas da história do clube, Leão chegou a falar em “ofensa” após vencer a Ponte. “Há times eufóricos, com diretoria que vai ao vestiário abraçar. Outros são silenciosos, tem time no qual você trabalha seis meses sem receber parabéns”, falou, sem dizer se considera o abraço que recebeu de Adalberto um “parabéns”. “A diretoria do São Paulo é muito extensa, recebo muita gente na minha sala. E nem vi toda a diretoria porque ela é muito grande”, declarou, com um sorriso irônico.

De fora, Leão só aceita o apoio da torcida. E o cita como exemplo. “Tenho caminhado pela rua e recebido elogios, dizem que estão satisfeitos com empenho da equipe e o nosso trabalho. O que vem da rua vale muito para o atleta e o treinador. Quando você tem essa sintonia com a torcida, não existe vaia, mas apoio até quando a equipe não se encontra momentaneamente bem. É isso que faz a performance coletiva. Não somos duas coisas, o São Paulo é um só para todos.”

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