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Brasileirão contraria fama e é o mais desigual dos últimos anos

Distância entre pelotão de frente e últimos colocados nunca foi tão grande na era dos pontos corridos


Adilson Batista Técnico do São Paulo
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O Campeonato Brasileiro carrega em sua história a fama de ser mais disputado e equilibrado que seus similares europeus. Mas ao olhar para a tabela de classificação da sua edição de 2011 é possível encontrar um pelotão de frente que se destaca de maneira inédita dos demais. Corinthians, Flamengo, São Paulo, Vasco, Botafogo e Palmeiras têm uma vantagem rara na história do Brasileirão por pontos corridos. Desde 2003, nunca houve uma distância tão grande entre os seis primeiros colocados e os demais times.

Durante as primeiras dez rodadas do Brasileirão 2011, o Corinthians até ameaçou disparar na classificação. Com um alto aproveitamento no início, o time agora está em queda. "A pressão existe porque nós fizemos 93% de aproveitamento. Agora aguenta a pressão. Nós criamos o monstro", comentou Tite, técnico do time paulista.

Com isso, logo o campeonato ficou mais equilibrado. Cinco clubes alcançaram o time de Tite. Os outros, com desempenho ainda fraco, contribuem para fazer desta edição do campeonato nacional a mais desigual dos últimos anos.

Atualmente, ao fim da 16ª rodada, a diferença entre o Palmeiras, sexto colocado, e o primeiro dos cinco últimos, o Santos, é de 12 pontos. A média dessa diferença, entre 2003 e 2010, é inferior a nove pontos.

O único campeonato que chegou perto da desigualdade atual foi o de 2005, quando a diferença entre o 6º, o Santos, e o primeiro dos cinco últimos, o Flamengo, era de 11 pontos. E é preciso lembrar que neste ano a competição contou com 22 clubes, o que teoricamente gera uma maior diferença de pontos entre a elite e os demais.

Cruzeiro, Fluminense, Internacional e Santos podem ser apontados como os culpados pelo desequilíbrio no Brasileirão 2011. Com times fortes, todos eram apontados como candidatos ao título, mas até agora decepcionam. Principalmente o clube da Vila Belmiro, que beira a zona do rebaixamento.

E agora, com tamanha desigualdade, os próprios jogadores do Santos já entram em contradição sobre o que é possível fazer no Brasileirão. Se por um lado Léo ainda fala em buscar o título, Edu Dracena descarta essa hipótese e teme o rebaixamento: "A realidade do Santos hoje é sair o mais rápido possível essa situação, mas hoje o Santos não briga pelo título”, disse o zagueiro e capitão.

Aliás, o desempenho dos times que lutam para não cair para a Série B também contribui para a desigualdade no Brasileirão 2011. Os últimos quatro colocados, América-MG, Avaí, Atlético-PR e Atlético-MG, passaram por longos jejuns de vitórias, o que resultou no aumento da distância para o pelotão de frente.

O time paranaense, por exemplo, vive o oposto da situação do Corinthians, pois teve um início ruim e só agora começou a se recuperar. Sob o comando de Renato Gaúcho, o time cresceu de produção e agora já tem um aproveitamento de elite, com 50% de pontos conquistados nos últimos oito jogos. "Essa colocação ruim na qual a gente está não é pelos seis ou cinco últimos jogos. É pelo início do Brasileirão", lembrou o goleiro Renan Rocha.

Mas não dá para culpar apenas os piores times do Brasileirão pela desigualdade. É preciso elogiar as boas campanhas que fazem os primeiros colocados. O Vasco, por exemplo, é o único quarto colocado que conseguiu chegar à casa dos 30 pontos com 16 jogos. Desde 2003, todos times que estavam nessa posição tiveram um desempenho pior. Na liderança, apenas o Fluminense de 2010, com 36 pontos em 16 jogos, conseguiu um desempenho melhor que o Corinthians atual, que tem 34.


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