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O faturamento do São Paulo com marketing despencou em 2010

por Emerson Gonçalves

Como explicado na primeira parte desse conjunto de posts, a conta Marketing aqui no OCE inclui as receitas com licenciamento da marca. Alguns balanços não discriminam essa renda, outros a colocam como receita da área social, geralmente sem discriminá-la. Nesses casos, evidentemente, não há como o analista incluí-la na conta Marketing e na receita do futebol, o que é uma pena.

Infelizmente, vocês já devem ter se cansado de ler ressalvas como essa, além das minhas queixas, mas não há como fugir das ressalvas e não há como não reclamar do baixo índice de detalhamento e, até por extensão, da baixa transparência de nossos balanços. Eu sei, é chato isso, é chato reclamar, é chato não ter números, mas assim também será nos próximos anos, ao que tudo indica.

A tabela a seguir mostra as receitas de Marketing de 2007 a 2010, com o faturamente em Milhões de Reais. Os clubes foram listados de acordo com seu faturamento em Marketing no ano de 2010. A ausência de muitos clubes e falta de dados de outros, em alguns anos, estão explicadas na Parte II, que aborda as receitas de Broadcasting.



Tivemos alguns saltos interessantes nessa área que merecem comentários:

- Flamengo: pulou de 15,2 para 44,2 milhões, num crescimento percentualmente espantoso de 191%, graças ao patrocínio Btavo;

- Palmeiras: um salto de 21 milhões, equivalente a 92% de crescimento, motivado, principalmente, pela assinatura de novo acordo com a Adidas, que rendeu 13 milhões em luvas; esse valor foi todo lançado no ano de 2010, embora, tecnicamente, diga respeito a um contrato de vários anos;

- Atlético Mineiro: decolou fantásticos 536% simplesmente, passando de 4,4 milhões em 2009 para 28 milhões de reais em 2010, graças a um pacote de patrocínios, puxado pelo BMG com 15 milhões por ano e Ricardo Eletro com 3 milhões;

- São Paulo: contrariando os anos anteriores e a fama de seu marketing, despencou 31%, caindo de 38,2 milhões para 26,5 milhões de reais em 2011, numa queda que só não foi maior graças ao crescimento da receita com licensing da marca, que cresceu 24,5% e atingiu 8,6 milhões de reais; a receita de patrocínios, que é a maior desse quesito, despencou 46%;

- Corinthians e Internacional foram os outros dois clubes com queda na receita de patrocínio, mas em valores e percentuais pouco significativos, respectivamente 3,5% e 2,5%.

A queda do São Paulo já foi comentada na Parte I desse post e também comentada por alguns leitores, inclusive fazendo a mesma associação com a presente situação vivida pelo Flamengo. Nesse momento, enquanto vou atualizando dados e completando esse post, com o 1º semestre de 2011 fechado, o Flamengo segue sem patrocinador máster.

Muito já se comentou sobre essa situação, inclusive que o valor pedido teria baixado bastante, mas o que sei é que permanece a intenção é fechar acima de 28 milhões por ano, permitindo à agência Traffic ser remunerada por uma parte do valor que exceder esse número. O peso maior para essa dificuldade e esse valor, reside, sem dúvida, na fraca performance de Ronaldinho e à constatação prática do que já se sabia: ele não tem o mesmo peso, o mesmo impacto e a mesma afinidade com o marketing que tem Ronaldo. Este, mesmo já parado, ainda incrementa o marketing do Corinthians e é chamado a participar de diferentes ações de marketing. Seu carisma fora de campo iguala-se ao que ele teve nos gramados. Já Ronaldinho não consegue repetir fora dos campos o que já representou nos gramados. Para felicidade e esperança da torcida rubronegra, bem como da diretoria, o último final de semana mostrou um Ronaldinho mais próximo do sonho dos torcedores, inclusive com um golaço. Se houver consistência nessa performance, acredito que não demorará muito para haver novidades no patrocínio.

Talvez a Traffic e o clube tenham ido ao pote com muita sede, iludidos, quem sabe, pelos números do Corinthians, fortemente influenciados por Ronaldo e pela passagem do centenário. Independentemente da razão, a verdade é que o clube perdeu, já, 5 meses de patrocínio (desde 1º de fevereiro) e essa perda vai refletir nas contas, apesar do grande contrato de cessão de direitos de transmissão e da salvadora e mágica antecipação de receita, mais as luvas.

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