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Oposição diz que São Paulo só entrega chaveirinhos na China

As ações da diretoria do São Paulo, que planeja investir em escolinhas de futebol e projetos de marketing na China para lucrar com o crescimento do mercado asiático, são contestadas pela oposição. Derrotado por Juvenal Juvêncio na última eleição, em abril de 2011, o conselheiro Edson Lapolla diz que a atual estratégia se resume à "farta distribuição de chaveirinhos".

Situação se diz pioneira
Enquanto os pares de Juvenal se dizem "pioneiros" - até para alfinetar o rival Corinthians, que optou por trazer Chen Zizao para despertar a atenção dos chineses -, Lapolla lembra que o Tricolor teve experiências no país nos anos 1990, durante as gestões de Fernando Casal de Rey e José Augusto Bastos Neto, e agiu de forma ainda mais contundente com Marcelo Portugal Gouvêa, já nos anos 2000. Ele garante que os projetos da época eram executados com mais eficiência que os atuais.

"O São Paulo construiu uma imagem na China que durou até 2005. O nepotismo do Juvenal Juvêncio e de alguns diretores destruiu um projeto que tinha começo, meio e fim, que já gerava dividendos. Hoje, os projetos se limitam a viagens pagas pelo clube, jantares e farta distribuição de chaveirinhos, o que, aliás, voltou a ser marca registrada do marketing", disse o conselheiro à Gazeta Esportiva.Net.

A ação mais concreta foi a criação, em outubro de 2003, do São Paulo Liaoning Football, fruto de uma parceria com a empresa AKD: enquanto o time jogava na China com uniformes muito parecidos com os do São Paulo, um grupo de jovens asiáticos treinava no Brasil. Edson Lapolla foi o representante da diretoria na delegação que partiu à Ásia com 22 jogadores, sendo três das categorias de base são-paulinas (Ethie, Da Silva e Daniel) e os demais selecionados pelo técnico Nei Pandolfo no interior paulista.

O time treinou em diversas cidades da China, mas apenas quatro atletas brasileiros puderam integrar o elenco na disputa da terceira divisão local em 2004. "Todos sabiam que seria impossível ganhar da gente", diz Lapolla.

O São Paulo Liaoning foi campeão e ganhou o direito de disputar a segunda divisão em 2005, mas chegou ao fim por falta de acordos financeiros. A AKD pagava ao clube US$ 1.000 por atleta que treinava no Brasil. Como a diretoria queria o dobro, o acordo foi rompido.



Lapolla diz que recomendou que o São Paulo contratasse Du Hei, zagueiro da seleção olímpica chinesa que havia treinado no Brasil e falava português. "Ao contrário do jogador que o Rosenberg disse que é ruinzinho (Zizao), a minha indicação hoje joga no futebol alemão", acrescenta ele, rompido com a diretoria desde aquela época.

"Meu objetivo é expor para a nossa torcida o pioneirismo do clube, o que evidentemente não é um mérito pessoal, mas da grandeza do próprio São Paulo. Quero também mostrar a doença que alguns membros da atual diretoria, comandada por um ditador, têm demonstrado nos últimos anos. Parece que só o que eles fizeram conta. Essa cegueira deturpa a verdadeira história do clube", diz o conselheiro, acusando a atual gestão de ignorar os feitos anteriores.
A reportagem procurou o vice-presidente João Paulo de Jesus Lopes, que preferiu não comentar a reclamação de Lapolla.

O que o São Paulo está fazendo
Em abril de 2011, o prefeito de Qingdao, município da China com 4,5 milhões de habitantes, veio ao Brasil para conhecer o Morumbi, o Centro de Formação de Atletas Laudo Natel, em Cotia, e as ações de marketing do clube paulista.

Em setembro, os “ensinamentos” são-paulinos foram o tema principal de um congresso promovido pela Associação de Futebol de Qingdao, que trabalha na construção de um moderno centro de treinamentos e no consequente desenvolvimento da modalidade. O evento durou 12 dias e contou com palestras para treinadores locais e clínica de futebol para crianças.
O empresário chinês que levou o meia argentino Conca do Fluminense para o Guangzhou Evergrande está agindo em parceria com o clube do Morumbi. Ele pode ajudar a trazer jogadores da seleção sub-20 da China para Cotia, além de auxiliar em uma possível associação com algum time asiático.


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