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M50: Morumbi, um templo de fé

Além de grandes jogos de futebol, estádio são-paulino também recebeu eventos religiosos





A história do São Paulo FC é um relato de glórias e conquistas, mas também de fé e superação. Fé que, aliás, poderia ser seu sobrenome: São Paulo Clube da Fé. Foi assim que o jornalista de A Gazeta Esportiva, Thomaz Mazzoni, o batizou no fim dos anos 30, naqueles momentos difíceis em que poucos homens tentavam reerguer um gigante de suas cinzas.  


Em seu artigo de 21 de julho de 1937, Mazzoni exaltou: "Recentemente, surgiu o São Paulo FC Júnior com as mesmas pretensões do antigo. Se o novo São Paulo veio ao mundo da bola sem os haveres, fama e prestígio dos seus antepassados, trouxe a maior das riquezas: a FÉ no seu destino, o amor ao seu hoje. Somente a FÉ poderia levar o atual Tricolor a nascer como um clube varzeano qualquer e tornar-se logo uma agremiação no caminho reto do progresso do futebol superior. O CLUBE DA FÉ, como merece ser chamado o atual São Paulo FC, está se encarregando de".


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Mais feliz em sua definição não poderia ter sido, como o próprio tempo viria demonstrar naquela árdua jornada iniciada na "concentração" improvisada na Igreja da Consolação, até a construção de seu maior patrimônio físico, seu Estádio. Já dizia Laudo Natel, presidente que entregou o Morumbi completo à comunidade são-paulina: "Nosso Estádio é batizado com o nome do saudoso Cícero Pompeu de Toledo, mas seu subtítulo é, verdadeiramente, FÉ E PERSEVERANÇA".


Seu terreno foi abençoado em agosto de 1952 pelo Monsenhor Francisco Bastos, fervoroso são-paulino, e seus pilares pelo Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelo Motta, em sua inauguração. Contudo, sua consagração se deu com a visita de João Paulo II - Karol Jósef Wojtyla, chamado também "João de Deus". Em 3 de julho de 1980, o Papa do apostolado romano mais carismático de todos os tempos discursou e rezou missa no Estádio do Morumbi para um público de mais de 150 mil pessoas.


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Posteriormente coube, por vocação ou destino, aos disciplinados devotos que limpavam completamente o Estádio após cada evento, varrendo até mesmo as ruas dos arredores, o recorde oficial de lotação do Morumbi: 162.957 pessoas, no Congresso Internacional das Testemunhas de Jeová (25/08/1985).


Talvez por histórias como essas que o Patrono Laudo Natel gosta de lembrar a façanha de erguer o, até então, maior estádio particular do mundo, como se fosse uma obra de igreja, realizada a conta gotas, por longos 18 anos. Assim sendo, nada mais certo dizer que a casa Tricolor é verdadeiramente um Templo do futebol, um Templo de Fé. Fé e Perseverança, dentro e fora das quatro linhas, com as quais o Estádio Cícero Pompeu de Toledo tornou-se, nestes 50 anos de vida, a Santa Sé dos São-Paulinos do mundo inteiro.


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