Oscar fez comentários sobre sua difícil saída do São Paulo no início de sua carreira durante sua apresentação oficial como o mais recente reforço do clube, ocorrida nesta terça-feira, em Orlando, nos EUA, onde o time, sob a direção do técnico Luis Zubeldía, está realizando a pré-temporada. A contratação mais esperada do Tricolor nesta janela de transferências optou por não se aprofundar nos acontecimentos passados, embora estivesse disposto a esclarecer algumas questões sobre o período em que precisou recorrer à Justiça para rescindir seu contrato com o clube.

“Isso nunca me assombrou. Não tenho mágoa, o torcedor sempre me tratou com carinho. Estou voltando para cá com um carinho enorme da torcida por mim. Espero retribuir esse carinho, mostrar meu melhor futebol, fazer grandes jogos pelo São Paulo e, consequentemente, ganhar títulos no clube”, declarou Oscar, que irá vestir a camisa número 8 do Tricolor.

Durante as negociações, partes da torcida foram contrárias à ideia de trazer Oscar de volta, justamente por conta de sua tumultuada saída em 2009. Agora, o meio-campista terá a oportunidade de reconstruir sua história no clube. “Acho que para mim é questão pessoal, mesmo quando saí no passado todos me trataram com muito carinho. Morei no Morumbi, em Cotia, na Barra Funda. Realmente é um clube muito especial para mim. Poder representar essa camisa novamente é motivo de muita felicidade”, completou.

Um breve lembrete sobre o caso: Oscar entrou na Justiça contra o São Paulo no final de 2009. Na ocasião, o jovem atleta alegou que, aos 16 anos, havia sido coagido a assinar um contrato de cinco anos, uma prática não reconhecida pela FIFA, que limita contratos de jogadores menores de idade a um máximo de três temporadas. Em primeira instância, Oscar teve sucesso na Justiça, mas o São Paulo imediatamente cassou a liminar, reinstaurando o contrato do jogador. Em junho de 2010, o clube paulista acabou por perder a disputa judicial e Oscar conseguiu anular seu contrato, transferindo-se para o Internacional.

Entretanto, o embate legal ainda não havia terminado. O São Paulo continuou lutando na Justiça, e em fevereiro de 2011, o tribunal deu razão ao clube, fazendo com que o contrato de Oscar voltasse a ter validade. Somente após isso, o Internacional se aproximou do São Paulo para negociar a compra dos direitos econômicos de Oscar, que, após longas negociações, aceitou pagar R$ 15 milhões ao Tricolor para encerrar definitivamente a questão.