São Paulo responde a denúncia do MP por gestão temerária: "Desafiamos as acusações

O São Paulo FC encontra-se sob a mira de uma denúncia anônima dirigida ao Ministério Público de São Paulo, que sugere uma possível gestão temerária na administração do clube. O documento destaca quatro questões principais: o déficit orçamentário de 2024, acusações de vendas de jogadores abaixo do valor de mercado, uma antiga proposta de parceria com a Galápagos Capital e um potencial conflito de interesses relacionado ao presidente, Julinho Casares. Embora a denúncia tenha sido recebida pelo MP, ainda não se iniciou uma investigação formal; até o momento, foi apenas solicitado esclarecimentos ao clube.

O advogado do São Paulo, Guilherme Salutti, comentou sobre a situação em uma entrevista, afirmando que o Ministério Público considerou o material recebido muito genérico e sem provas suficientes. Antes de instaurar um inquérito, o MP deseja ouvir a posição do clube para decidir se vale a pena prosseguir com a investigação. Segundo Guilherme, a resposta ao MP já foi enviada, e o clube aguarda o retorno do órgão.

O advogado destacou que a situação atual é preliminar e diferentemente do que está ocorrendo com o Corinthians, que já possui um inquérito em andamento. Para ele, a denúncia não contém elementos que legitimariam a abertura de uma investigação formal.

Sobre o déficit previsto para 2024, Guilherme variou que a denúncia carece de fatos concretos, autores identificáveis e condutas específicas. A acusação de que 'dirigentes do São Paulo causaram déficit' foi considerada insuficiente para fundamentar uma investigação.

Em relação às alegações de vendas de jogadores abaixo do valor de mercado, o São Paulo apresentou comparações com transações de outros grandes clubes, como Flamengo, Palmeiras, Inter e Fluminense, argumentando que os valores adotados nas negociações estão em conformidade com o que o mercado determina. Ele citou jogadores como Lucas Ferreira, Matheus Alves e Henrique do Carmo, cuja valorização se alinhava aos padrões do futebol nacional.

O advogado também comentou sobre o projeto de Cotia, esclarecendo que a denúncia se baseou em uma premissa equivocada, uma vez que a proposta não envolvia compartilhamento de direitos econômicos, prática proibida pela FIFA. Ele explicou que a ideia era criar um novo CNPJ para gerir a base com um modelo de investimento que visa lucros. Este projeto, no entanto, foi suspenso pela atual diretoria, especialmente em um ano eleitoral.

Referente ao suposto conflito de interesses de Julinho Casares, Guilherme negou as acusações, explicando que, no passado, Casares e seus amigos cogitaram um negócio relacionado a produtos para pets que nunca chegou a ser implementado. Um dos amigos, que se tornou empresário de atletas, possui jogadores na base do São Paulo, mas segundo o advogado, isso não interfere nas decisões da diretoria.

Por fim, ao ser questionado sobre uma possível motivação política por trás da denúncia, o advogado sugeriu que a falta de fundamento técnico evidenciada na informação recebida aponta para a possibilidade de ser uma tentativa de um torcedor incômodo ou de opositores do clube, visando desestabilizar a gestão na véspera de um ciclo eleitoral. Ele ressaltou que, embora não haja um prazo definido para a resposta do Ministério Público, a expectativa é que haja uma manifestação nas próximas semanas, permitindo ao clube o acesso à decisão final, seja para arquivar ou para abrir um inquérito.