Só a falta de opções no mercado de técnicos pode salvar o emprego de Ricardo Gomes no São Paulo. A terceira partida consecutiva sem vitórias e com mau futebol no Campeonato Brasileiro foi a gota d'água para Juvenal Juvêncio.

Nesta quarta-feira à noite, em encontro com dirigentes e pessoas de sua confiança, praxe depois dos jogos, o presidente ouviu opiniões, quase todas assustadas com a falta de reação dos jogadores e até mesmo do treinador. O maior dilema é a proximidade da semifinal da Libertadores. Na próxima quarta-feira, o São Paulo começa a decidir uma vaga na decisão contra o Internacional.

Juvenal não vai arriscar chegar ao confronto sem um técnico. Por isso, Ricardo Gomes ainda permanece no cargo. No ano passado, a diretoria usou do mesmo artifício quando demitiu Muricy Ramalho na noite de uma sexta-feira e, na manhã seguinte, anunciou a chegada do atual comandante.

O LANCENET! apurou que os dirigentes tricolores têm dificuldade para encontrar um substituto de consenso. O nome de Vanderlei Luxemburgo já teve resistência maior no Morumbi. Alguns grupos são favoráveis à sua contratação, mas com ressalvas: os inúmeros "afilhados" de sua comissão técnica, por exemplo, não teriam espaço. A liberação do Atlético-MG seria outro entrave.

Alternativas mais jovens como Leonardo, ex-Milan (ITA), e Silas, em baixa no Grêmio, são vistas com temor às vésperas da semifinal. São da mesma geração de Ricardo Gomes, considerado competente e de muito bom caráter, porém sem pulso para comandar o grupo de jogadores.

Adilson Batista foi cotado, mas o São Paulo sabe de uma negociação avançada do treinador para assumir o Corinthians caso Mano Menezes seja mesmo anunciado na Seleção Brasileira. A corrida por um comandante para a semifinal vai continuar entre esta quinta e esta sexta-feira, e de seu sucesso depende a permanência de Ricardo Gomes.