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Piritubão africano

Construído para receber as semifinais da Copa do Mundo, Estádio Moses Mabhida pode levar o vizinho mais antigo à demolição

É difícil desviar os olhos do Estádio Moses Mabhida. Com capacidade para 69.957 pessoas, o palco do duelo de amanhã entre Alemanha e Espanha parece até uma miragem. Planejada com o objetivo de se transformar num marco urbanístico de Durban, assim como o Ópera Bay de Sydney, a arena chama a atenção tanto pelo arrojo arquitetônico quanto pela imponência.

No entanto, basta atravessar a rua Isaiah Ntshangase, próxima à praia, para constatar que o estádio mais bonito da Copa do Mundo não deveria sequer existir.

A menos de 50m do Moses Madhiba, localiza-se o Estádio Kings Park, também chamado de ABSA Stadium. Construído em 1891, o local é a casa dos Sharks, um dos times de rúgbi mais tradicionais do país. Reformado em 1995 para sediar a Copa do Mundo de Rúgbi, o Kings Park também abriga os jogos do Amazulu e do Golden Arrows, os dois maiores clubes de futebol da cidade.

Também chamada de a “Gaiola do Tubarão”, a instalação tem capacidade para 55 mil torcedores. À época da vitória da candidatura sul-africana para o Mundial, cogitou-se a possibilidade de o estádio passar por nova reforma, de modo a deixá-lo em condições de sediar uma das semifinais. As obras foram orçadas em aproximadamente R$ 75 milhões.

No entanto, as exigências do caderno de encargos da Fifa resultaram na construção de outro estádio, dentro do mesmo complexo, pelo custo de R$ 750 milhões. É o que a Prefeitura e o Governo de São Paulo tentam evitar que se repita. Como o DIÁRIO informou na edição de ontem, o comitê paulista desistiu de pleitear a abertura da Copa de 2014, no Brasil, porque o poder público precisaria investir pilhas de dinheiro numa arena desnecessária.

No caso sul-africano, há ainda o aspecto emocional. Segundo o chefe-executivo dos Sharks, Brian van Zyl, o time não tem interesse em se mudar para o Moses Mabhida, como quer a Prefeitura. “O Kings Park é um dos mais antigos templos do rúgbi em todo mundo. Não vejo razão para nos desfazermos dele”, acrescenta Rob Wagner, um dos diretores da federação local.

No entanto, o risco de a “Gaiola do Tubarão” ser demolida é tão alto quanto o suntuoso arco de 350 metros de extensão exibido pelo vizinho. A Câmara Municipal, que aluga o estádio para os Sharks, ameaça rescindir o contrato, válido até junho de 2011.

Entre os defensores da ideia de derrubar o Kings Park está o chefe-executivo da Copa 2010, Danny Jordan. Segundo o dirigente, “não faz sentido uma cidade como Durban ter dois grandes estádios tão próximos um do outro”. Pena que ninguém pensou nisso antes.

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