Resultado justo e inapelável.

Muito mais que o resultado (de certa forma normal no Couto Pereira), foi a vitória do time que criou alguma coisa diante de um time que não criou ABSOLUTAMENTE NADA em campo. OK, não jogamos mais no chuverinho, mas temos que criar… E enquanto não resolver o problema crônico da falta de imaginação e rapidez, Ricardo Gomes terá muitos problemas pela frente. Seja no meio, na defesa, no ataque e no diabo a quatro.

Se o Coxa tivesse criado mais um pouquinho e não se acomodado com o placar, teria goleado.

O São Paulo até começou bem a partida, aproveitando-se do excessivo nervosismo do time da casa que, em algumas jogadas, parou o tricolor com violência e muita reclamação com o juíz. Mas o domínio do time era falso e logo o adversário, jogando em casa, equilibrou as ações. Marlos era o único criativo lúcido que buscava as jogadas e, mesmo com as fortes vaias da sua ex-torcida, conseguia passar a bola em diante. O problema era a lentidão e total falta de criatividade na ligação do restante do meio campo, incluindo os laterais, em péssima jornada.

O primeiro gol do coxa saiu após uma falha grotesca de Zé Luis. O lateral permitiu o avanço de Marcos Aurélio na grande área, que não perdoou: Deu uma finta de atacante em André Dias e chutou forte para as redes de Dênis. Do gol até o final do primeiro tempo vimos um Coritiba buscando o contra-ataque e um São Paulo tentando criar as jogadas, porém sem grande sucesso. Washington e Borges estavam abandonados na frente e o primeiro, quando tinha alguma chance, desperdiçava bizonhamente.

Veio o segundo tempo e, em menos de 10 minutos, a pá de cal. O centrovante Ariel, que me parece ser um bom jogador, recebe dentro da área, gira e fuzila sem chances para Dênis. Minutos depois André Dias faz uma tremenda bobagem e é expulso. Acabou o jogo para o São Paulo e também para o Coritiba, que se acomodou, tocou a bola e não quis mais compromisso.

Mesmo com alguns dias de casa e dois jogos, já dá para perceber que Ricardo Gomes terá muito, mas muito trabalho na adaptação do 4-4-2. Os laterais são fracos para o esquema e, sem três zagueiros, a defesa fica totalmente vulnerável. Zé Luis hoje esteve perdidaço na sua função. O mesmo com Júnior César que, pelo menos, teve uma atuação defensiva regular, mas é pouco pelo futebol que ele costumava jogar.

Já Hernanes e Jorge Wagner são lentos demais e não andam criando nada. Eduardo Costa não cria e fica limitado somente a sua função. Marlos, o único criativo, foi sacado após a expulsão. Washington tem que frequentar um pouco o banco pois a má fase já passou dos limites seguros da oftamologia. Não dá mais para ver tanta bola perdida. Mas o pior não são os atacantes, é o meio que não os abastece. Um grande problema a ser resolvido.

Pelo menos uma coisa positiva: A atuação de gala de Miranda. Como joga esse cara!

Tá certo, é início de um trabalho. Mas a torcida está vendo perfeitamente quem está jogando e quem não está jogando, independente dos motivos. E vai cobrar empenho e raça, como cobrou do sr. Washington logo no primeiro tempo e também deve cobrar do sr. Hernanes, do sr. Jorge Wagner, Júnior César…

É importante a diretoria também se ligar. As laterais, peças importantes de um time e que faz tempo não estão adequadas para um clube gigante como o São Paulo. Laterais tem que fechar e atacar. Os nossos não fecham direito e mal atacam. Não vai dizer que o sr. Júnior César não está adaptado ou que a camisa pesou como foi com o Wagner Diniz, que nem chances teve de ter uma sequência.

A torcida quer um time criativo ou, pelo menos, rápido. Não ser criativo e ser lento é um convite a derrota.

Saudações tricolores!

Nota dos personagens da partida:

Dênis Nenhuma defesa difícil e nenhuma culpa nos dois gols tomados. Nota: 6,0

Zé Luis Partida medonha. Foi alvo fácil do ataque do Coritiba e mal atacou. Problema crônico na lateral. Nota: 2,0

André Dias Vinha fazendo uma partida regular até fazer uma grande besteira e comprometer o time todo no segundo tempo. Por isso merece a nota dos expulsos: ZERO!

Miranda O único que jogou, e com extrema categoria. Melhor em campo. Nota: 8,0

Júnior Cesar Uma grande decepção. Não anda jogando nada e, mais uma vez, fez uma péssima partida. Nota: 3,0

Eduardo Costa Jogou para o gasto, limitado somente a sua função de marcador. Nota: 5,5

Hernanes Outro que não cria mais como antigamente. Parece que anda displicente. Nota: 3,0

Jorge Wagner Lento, porém criou mais que o Hernanes, principalmente no primeiro tempo. Nota: 4,0

Marlos Outro lúcido enquanto esteve em campo. Difícil jogar sozinho nesse meio campo sem criação. Nota: 7,0

Borges Isolado, foi presa fácil para a zaga RESERVA do Coxa. Nota: 4,0

Washington É brincadeira. Nota: 2,0

Dagoberto Apesar de ser muita fumaça, está bem melhor que o Washington. Para variar levou seu amarelinho. Que tal começar com ele no próximo jogo, heim Ricardo Gomes? Nota: 5,5

Renato Silva Entrou, errou alguns posicionamentos mas não comprometeu gravemente. Nota: 5,0

Oscar Entrou mas não teve muita oportunidade com a bola nos pés. Nota: 5,5

Ricardo Gomes Entrou com uma formação equilibrada, porém com muitos jogadores lentos no meio-campo. Eduardo Costa, Hernanes e Jorge Wagner são burocráticos demais e os dois últimos passam muito a bola de lado, sem objetividade. Marlos não deveria ter saído no segundo tempo e, se estava cansado, a culpa é dos outros que não o ajudam. Preferia a saída do Junior Cesar e o JW de lateral. Neste caso funcionaria a improvisação no meio do jogo. E mais: Esse time precisa de liderança, tá todo mundo muito quieto no jogo. Quando o São Paulo toma um gol o ptóprio torcedor desanima pois não vê perspectiva, alguém que motive. Vai ter que dobrar os trabalhos… ah, e colocar o Washington no banco. Queria ver Marlos de um lado, Dagol de outro e Borges no comando de ataque. Pelo menos uma vez! Nota: 4,5

Trio de arbitragem Quase perfeito. Muito boa a arbitragem.

Torcida Muito presente no Couto Pereira. A torcida do tricolor é forte no Paraná. Nota DEZ!