Artilheiro da Copa das Confederações, com cinco gols, segundo melhor jogador do torneio e titular absoluto da seleção brasileira, o atacante Luís Fabiano, de 28 anos, virou uma unanimidade. Perto de deixar o Sevilla, já que o Milan deve voltar à carga para tentar contratá-lo, depois de não ter tido sucesso na tentativa de trazer o holandês Huntelaar, do Real Madrid, sem pagar nada, ele aproveita para descansar enquanto a temporada europeia não começa, em agosto, e comemora o feliz momento que vive.

Sabe, no entanto, que estar na seleção é momento, e que precisa continuar repetindo o futebol por toda a temporada europeia. Nesta entrevista, ele conta ainda que não pensa em voltar tão cedo para o futebol brasileiro, mas revela que gostaria em voltar a defender São Paulo e Ponte Preta.

Agência Estado - É o melhor momento da sua carreira?

Luís Fabiano - Acredito que sim, por tudo que estou vivendo com a seleção. Poder corresponder e alegrar os torcedores do seu país não tem preço. Tive uma receptividade maravilhosa quando cheguei ao Brasil e isso é gratificante para qualquer jogador. Espero que as coisas continuem assim por muitos anos.

AE - Que análise faz de sua participação na Seleção?

Luís Fabiano - Falei antes da Copa das Confederações sobre o meu desejo de fazer cinco gols. Graças a Deus consegui, acho que estou tendo um bom desempenho. Estou satisfeito não só com a minha forma, mas com a da seleção de uma maneira geral. Enfrentamos muitas dificuldades e passamos por cima de tudo com muita força de vontade e união. Nosso grupo é espetacular. Só quem faz parte dele sabe do que estou falando.

AE - Acha que já cavou lugar na Copa?

Luís Fabiano - Só vou ter certeza disso quando meu nome estiver na lista. Penso que para chegar à Copa do Mundo é preciso sempre fazer o melhor, seja na seleção ou no clube. Vivo no meio do futebol há muito tempo e sei que as coisas podem mudar muito rápido. Não tem como se acomodar. Depende muito do momento que se vive.

AE - Você pensou que se firmaria tão rapidamente na seleção?

Luís Fabiano - Sabia que quando tivesse uma oportunidade não poderia deixar escapar. Fui pensando nos meus objetivos jogo a jogo e felizmente consegui essa afirmação. O segredo de tudo para mim está no trabalho. Busco sempre me empenhar, me dedicar. Não importa se é coletivo, treino tático, técnico ou físico. Só se doando ao máximo você pode ser recompensado. Nunca consegui nada fácil, e não vai ser agora que as coisas mudarão.

AE - Quais atacantes que você vê com possibilidades de ir à Copa?

Luís Fabiano - O Brasil tem excepcionais atacantes, é complicado responder a essa pergunta. O Dunga tem observado todos e ele é mais competente que eu para opinar sobre isso.

AE - Mas você larga na frente de outros ou o Dunga pode mudar de ideia?

Luís Fabiano - É lógico que quem esteve na Copa das Confederações e vem fazendo parte constantemente da seleção tem certa vantagem. Mas futebol é dinâmico e depende do momento. Hoje você está bem, mas amanhã pode passar por uma fase complicada e tudo mudar. Espero continuar bem na fita até a hora da convocação final.

AE - Você era expulso muito mais vezes. Fez algo para melhorar?

Luís Fabiano - Não. A gente vai ficando mais velho e vai sendo mais tolerante, pensando mais antes de fazer as coisas. Estou feliz com a minha família, que é maravilhosa e isso tudo conta muito também. Sei que ainda sou explosivo em certas situações, mas hoje me controlo com muito mais facilidade do que há alguns anos. A experiência nos traz essa maturidade.

AE - Vai continuar no Sevilla?

Luís Fabiano - Tenho contrato com o Sevilla (até 2011) e só saio se aparecer proposta boa para ambas as partes.

AE - E não pensa em voltar ao Brasil?

Luís Fabiano - Ainda tenho um longo caminho para trilhar na Europa, não penso em voltar agora. Mas tenho o desejo de jogar novamente no São Paulo. Depois disso quero encerrar a carreira na Ponte Preta. Foi o clube que me revelou e pelo qual também tenho uma enorme gratidão.