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Tricolor não teve humildade, diz Muricy

Treinador lamenta perda da Libertadores, diz que há vaidade demais dentro do clube e afirma que o elenco atual 'não deu liga'

Logo após fazer um curto pronunciamento no CT da Barra Funda, o técnico Muricy Ramalho foi entrevistado pela "Rádio Jovem Pan" e, mesmo sem citar nomes, deixou claro o descontentamento com alguns jogadores e dirigentes do São Paulo. Disse que faltou humildade a alguns dentro do elenco, e que não havia parceria total entre os jogadores.

Ele falou ainda sobre a surpresa de ter sido demitido, a tristeza pela saída da Libertadores e o objetivo de descansar. Também defendeu seu trabalho, dizendo que não fez improvisações à toa. E afirmou que o atual elenco do São Paulo "não deu liga"


Parceria e humildade

"Acontecem coisas que o técnico às vezes precisa tomar posições e não pode ficar falando com a imprensa. Ele vai expor jogadores, atingir o patrimônio do clube. O problema é que esse time não deu liga, mas claro que a gente tenta de tudo. Nas outras vezes deu certo, mas agora acho que faltou um pouco mais de humildade, parceria. Pode ter o melhor time do mundo, mas não adianta se você não se gostar um pouco, se não gostar de estar ali fazendo o que faz. O técnico sabe e não pode vir a público rifar os caras. Tem de aguentar as críticas. Se for se defender vira bagunça. Eu cobro demais, se não fizer isso as pessoas não rendem. Tem que estar aqui diariamente para saber das coisas. Só chegar aos domingos e questionar não serve, tem de observar mais. Tem muita gente, vaidade demais, e isso atrapalha um pouco. A vaidade é a pior coisa do homem. Fazer 30 jogadores e dirigentes pensarem a mesma coisa não é fácil. Tem de criar uma linha de trabalho muito forte. Consegui fazer isso por três anos e meio. É duro controlar muita gente que está ali. É um esporte coletivo, mas todo mundo pensa individualmente. O técnico precisa juntar tudo e isso custa. Tem de passar por cima das coisas. Um cara fica sentido ali, outro sentido lá..."


Demissão inesperada

"Surpresa não, mas não tinha nada definido. Estava trabalhando normalmente. Em um clube como o São Paulo não se pode ser irresponsável, mesmo sabendo que pode acontecer alguma coisa. Não pode largar e isso eu não faço mesmo. Estava trabalhando normalmente. Isso (demissão) a gente está sempre preparado."


Sem política de relacionamento com dirigentes

"Os caras sempre me ajudaram, as pessoas exageram um pouco, pensam que um diretor ou outro tem opinião diferente e falam que ele quer derrubar. Eu não sou agradável mesmo, às vezes o diretor gosta de ir jantar e quer que você fique do lado dele, mas não faço isso. Sei que no futebol as pessoas usam bem o lado político. Gosto de ser como eu sou, de trabalhar no clube, de produzir, não posso perder e depois do jogo ir jantar com os caras para justificar a derrota. Às vezes querem contratar um jogador e eu bloqueio, os caras ficam bravos, e nisso eu saio perdendo. Mas não é tão radical, meu ambiente é super bom."


Improvisações

"Eu improviso quando eu não tenho jogadores no elenco ou quando o cara que chegou não se adapta. Isso eu sempre fiz. Acontece que esse time não deu muita liga. Se o cara da posição não está bem, eu tenho de tirar mesmo. Isso eu sempre fiz em todos os lugares que eu fui. Beletti foi lateral e era volante, disputou Copa, não sou de ficar inventando. Quando o time não ganha, todos procuram culpados."


Tristeza por eliminação na Libertadores

"Não foi frustração, porque é uma palavra forte. Mas o torcedor gosta, e o treinador tem de sentir o que é importante para o clube. Para a torcida, a Libertadores era importantíssima. Fiquei sentido, cheguei perto do título contra o Inter, mas não deu. Claro que os três campeonatos brasileiros foram importantíssimos, mas Libertadores era o que todos mais queriam."


Descanso por algum tempo

"Ontem já teve muita ligação. Não só para mim, mas para muita gente que trabalha comigo. Quero descansar um pouco. Não é legal sair agora e ir para outro clube logo em seguida. A gente vê técnicos bons fazendo isso e que acabam não mostrando nada. Tem de se preparar no que diz respeito à parte física e mental. Não pode ir na televisão forçando. Sei que as pessoas que trabalham comigo já receberam telefonemas para saber como esta a minha situação. Quero descansar, me preparar outra vez, escolhendo a melhor opção, o melhor projeto. Não é só a parte financeira, tem de ter um planejamento. Não quero pegar um time que está em má fase, como sempre acontece com os times brasileiros. Quero um projeto."

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