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'Não havia mais clima', diz diretor de futebol sobre a demissão de Muricy

João Paulo de Jesus Lopes afirma que decisão foi da diretoria do São Paulo, e saída do treinador foi assunto interno desde a noite de quinta

A demissão de Muricy Ramalho levou quase 24 horas para se concretizar. Após a derrota por 2 a 0 para o Cruzeiro, na noite de quinta-feira, no Morumbi, dirigentes do São Paulo já não tinha tanta certeza a respeito da permanência do treinador. Apesar da ideia inicial de mantê-lo até o clássico contra o arquirrival Corinthians, domingo, às 18h30m, no Pacaembu, a sexta-feira apontou outro caminho. A decisão, aliás, parecia já estar desenhada para o próprio técnico, que comandou à tarde seu último treino no CT do clube. Muricy foi embora sem falar com a imprensa, e à noite encerrava um ciclo de três anos e meio em uma conversa de pouco mais de dez minutos com o presidente Juvenal Juvêncio.

Em entrevista concedida em um restaurante no Morumbi, o diretor de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, confirmou que ele, o presidente do clube e o vice de futebol Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, refletiram e avaliaram a situação desde o minuto seguinte à eliminação nas quartas de final da Taça Libertadores. O resultado foi conhecido por Muricy pouco depois das 20h, quando o treinador chegou à sede tricolor.

- Chegamos à conclusão de que havia chegado o momento de fazer uma reformulação, e ela passava pelo técnico em função dos resultados que não estavam vindo, algo que estava chateando a todos. Depois da nossa conversa, Juvenal Juvêncio telefonou para o Muricy e pediu para que ele fosse até o Morumbi. Eles tiveram uma reunião, e o presidente o dispensou. Não havia mais clima, e são circunstâncias da vida.

João Paulo fez questão de dizer que, apesar de a decisão ter sido unilateral, ela foi tomada pensando no melhor para ambas as partes. Assim, ao mesmo tempo em que ressaltou que isso faz parte do trabalho, elogiou o que o técnico fez pelo Tricolor Paulista, incluindo o inédito tricampeonato brasileiro (2006/07/08) que levou o clube a um total de seis títulos nacionais, o recorde no Brasileirão.

- Ele teve uma carreira brilhante no São Paulo, e não acho que foi por pouco tempo. Muricy esteve conosco durante três anos e meio. Ele é torcedor do São Paulo e também quer o melhor para o clube.

Apesar da hegemonia no Brasileirão, a quarta eliminação consecutiva na Libertadores pesou bastante para a saída de Muricy, e o dirigente deixa isso claro ao lembrar que a diretoria não foi imediatista. A competição sul-americana é uma obsessão para os tricolores, e nas quatro edições seguidas à última conquista - em 2005, quando o São Paulo, sob o comando de Paulo Autuori, também levou o Mundial de Clubes da Fifa - a decepção teve mais força que os investimentos feitos.

- Não somos precipitados. Agimos conscientemente quando tomamos decisões, e o que procuramos fazer foi tomar uma justa e honesta. A partir daí todos estão livres para seguir o seu caminho - disse ele, garantindo que o clube vai começar a busca por um novo comandante, mas no seu tempo certo. - Agora o nosso técnico interino é o Milton Cruz, e não temos um prazo para decidir outro nome. Na verdade, não temos nenhum nome. Vamos analisar as possibilidades e tomar essa decisão. Ninguém no grupo sabe, até porque não seria ético, e não é nossa intenção manter o Milton muito tempo na função.

Às vésperas de um clássico e com uma campanha irregular no Brasileirão - o Tricolor está em 12º lugar, com sete pontos e apenas uma vitória - o dirigente espera que os jogadores saibam assimilar a mudança, pois o ano não acabou e faltam 32 rodadas para o fim do campeonato. O investimento em contratações foi alto, e voltar à Libertadores em 2010 já é prioridade.

- Esperamos dos jogadores que cumpram suas obrigações contratuais. Não pode haver acomodação, e queremos motivação da parte deles - afirma João Paulo, dando exemplos de que o grupo não foi abandonado e de que nada está perdido. - Tivemos outros momentos em que estávamos com resultados desfavoráveis e não demitimos ninguém. Mesmo estando mal no Brasileirão de 2008, conseguimos o tricampeonato. Isso é normal. O Muricy não chegou a colocar o cargo à disposição após a derrota, mas em algum momento nós faríamos alguma modificação.

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