A eliminação do São Paulo pela quarta vez consecutiva na Copa Libertadores da América fez voltar a pressão ao técnico Muricy Ramalho, que é criticado nos bastidores do clube por sempre fracassar em competições com mata-mata. Depois de dar adeus ao torneio com a derrota em casa diante do Cruzeiro, o treinador afirmou que continuará no Morumbi enquanto se sentir útil ao clube.

"Se eu sentir que não estou dando resultados e que não estão satisfeitos, não faço força para ganhar dinheiro. Quero trabalhar em um lugar em que eu ajude. Não tenho multa. Se quiserem me mandar embora, tudo bem. Da mesma forma, se eu quiser sair, tudo bem. Eu sou bem aceito aqui, mas, se eu sentir que estou atrapalhando, não tenham dúvida de que peço para sair", afirmou.

Muricy, inclusive, já até adiantou o que faria se deixasse o cargo no Morumbi. "Não penso em ir para outro lugar. Se eu sair em alguma hora, vou descansar um pouco. Tenho um grande mercado, mas esse não é o problema", afirmou.

Apesar do discurso, o técnico foi curto ao garantir que, por enquanto, continua no clube. "Sempre fazem essa pergunta (sobre demissão) depois de derrota, mas eu tenho contrato aqui".

O comandante está no clube desde 2006 e conquistou o apoio dos torcedores ao levar o Tricolor ao tricampeonato do Brasileirão. Mesmo assim, as eliminações na Libertadores geraram críticas internas de dirigentes, que não conseguiram convencer o presidente Juvenal Juvêncio a demiti-lo. Aliás, o mandatário é o principal aliado do treinador no Morumbi.

Logo depois da desclassificação diante do Cruzeiro, o superintendente de futebol do clube, Marco Aurélio Cunha, garantiu a confiança na permanência do profissional. "Eu conheço a forma do presidente trabalhar e sei que ele não se submete a isso (pressão)", comentou.