"Fair Play" europeu (finanças)

"Fair Play" europeu (finanças)

dioguerra

Pra quem fica criticando a diretoria, para gastar, comprar mesmo, olha um dos motivos que precisamos observar com muita atenção.

A janela de transações internacionais deu o primeiro aviso ao futebol brasileiro. Ao fechar o período de contratações, há exatamente uma semana, sem que nenhum jo­­gador do primeiro escalão nacional fosse contratado, o mercado acenou para um novo tempo. Um período de austeridade no futebol.

Neste inverno do Velho Con­­ti­­nente, sempre aquecido em gastos em reforços, a contratação mais cara foi a do brasileiro Thiago Mo­­ta, que se transferiu da Inter de Mi­­lão para o PSG por 10 milhões de euros – o clube francês, uma exceção bancada por um fundo de in­­vestimento árabe, foi quem mais gastou, 42 milhões de euros.

O motivo para a retração tem nome: “Fair Play Financeiro”. Em linhas gerais, uma série de normas e penas criadas pela Uefa (a associação europeia do esporte) para tentar evitar o endividamento de seus filiados. Um estudo divulgado há uma semana aponta que os clubes da região têm um total de 8,4 bi­­lhões de euros em dívidas (aproximadamente R$ 19,1 bilhões).

Os balanços de 650 equipes de primeira divisão, filiadas a 53 associações nacionais, mostraram o crescente rombo. Em relação a 2009, o déficit cresceu 36%. Mais da metade das agremiações (56%) apresentou resultados negativos.

E 29% deles registraram o que a Uefa chama de “perdas significativas”: gastam mais de 12 euros para cada 10 euros que arrecadam.

“O primeiro impacto visível des­­sa norma será mesmo na transferência de jogadores, com menos negociações, menos jogadores indo e, quando forem, será com va­­lor de mercado menor do que normalmente se pagava”, afirma o consultor esportivo José Carlos Bru­­noro.

O especialista também prevê outro efeito prático. “Os clubes de lá, hoje, já estão pensando em em­­préstimo para ver se os brasileiros se adaptam. Então a forma de gastar o dinheiro vai mudar um pouco. Porque esses clubes têm como filosofia, mesmo que falte dinheiro, achar uma solução para que o time seja competitivo. É isso que dá renda para eles.”

Mesmo sem um levantamento oficial e geral da queda nas transações, alguns mercados já feR$ 165 milhões).

Com a permanência deste ce­­nário, dois horizontes surgem pa­­ra o futebol brasileiro. Em longo prazo, a tendência é que a baixa dos salários na Europa se reflita também por aqui, o que seria be­­néfico para o “negócio”. Antes disso há o risco do mesmo endividamento por parte das agremiações brasileiras.

“Essa é uma chance de ouro pa­­ra os clubes do Brasil. Com o crescimento de receita [principalmente vindas da televisão], desde que não saíssem gastando por conta, eles teriam condições se equa­­cio­nar em três anos”, afirma Fer­­nan­do Ferreira, da Pluri Con­­sul­­toria.

Mas ele não acredita que isso possa acontecer sem uma regulamentação semelhante à utilizada pela Uefa ou por uma mudança dos próprios clubes.

Opinião semelhante à de Bru­­noro: “Deveria aproveitar a sensível melhora na condição financeira dos clubes e ter uma profissionalização séria da gestão. Quem sair na frente vai ganhar na frente. Quem mantiver essa gestão emocional vai chegar lá na frente com um en­dividamento muito sério”, alerta.

Para quem resistir, o cenário se­­ria dos mais otimistas. Desde que a Uefa mantenha a palavra e cumpra as penalidades para quem não cumprir o que é pedido pelo Fair Play Financeiro – como o veto de não participar dos torneios quem apresentar déficit.

“Com menos contratações de fora, aumentará a oferta. Com isso a tendência é que os salários [o maior gasto de um clube de futebol atualmente] diminuam aqui também”, analisa Oliver Seitz, doutorando do grupo sobre Indústria do Futebol da Universi­­dade de Liver­­pool. “O problema é saber se a Uefa irá mesmo levar adiante isso com os clubes grandes. O Fair Play eles estão tentando implantar desde 2006, dizem que agora vai valer, mas a dúvida é o que ocorrerá se os clubes se rebelarem”.


Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/conteudo.phtml?tl=1&id=1220924&tit=Fair-Play-europeu-abre-era-da-austeridade

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