Desde que chegou ao São Paulo, no ano passado, Paulo César Carpegiani comandou o time em 45 partidas. Foram 29 vitórias, 12 derrotas e apenas quatro empates. A cada 11 jogos, o time empata apenas UMA vez. Se forem computados os jogos da primeira passagem do treinador, em 1999, chega-se a 13 empates em 113 jogos. Praticamente um empate a dez jogos.
O estilo matar ou morrer tem desagradado a cúpula do clube. O entendimento é que há jogos em que se poderia conseguir o empate e a vontade de atacar sempre levou à derrota. A ironia na hora de comparação recorre ao cinema de Hollywood com seus índios que atacam, atacam e morrem no final ou a Segunda Guerra Mundial, quando os japoneses, às vésperas da derrota, recorreram aos kamikazes, seus pilotos suicidas.
O jogo contra o Corinthians é o grande exemplo. A escalação foi contestada de início. Ninguém aceitou o fato de o time entrar com o garoto Rodrigo Caio, de 17 anos, e ficar com Ilsinho e Rivaldo no banco. E o que era ruim, na opinião de diretores, ficou ainda pior quando Carlinhos Paraíba foi expulso. Esperava-se pela entrada de Zé Vitor ou Ilsinho, para fechar a defesa ou então de Rivaldo, para dar um ritmo mais lento ao time, mas Carpegiani voltou com os seus tres atacantes - Marlos, Fernandinho e Dagoberto - impotentes para evitar o massacre.
Os exemplos são muitos. Dizem que o time jogou muito aberto contra o Santos, de Neymar e Ganso, e contra o Avaí, quando tinha a vantagem do 1 a 0 da primeira partida. Pesa também contra Carpegiani a sua suposta deficiência de não saber reagir a ações do técnico adversário. Foi assim contra o Santos, quando Muricy mexeu no intervalo e ganhou o jogo. E contra o Avaí, que vencia o primeiro tempo e continuou encontrando facilidades no segundo.
No caso do Avaí, ainda há Alex Silva para se colocar parte da culpa. Contra o Corinthians e Botafogo, nada se fala das falhas de Rogério Ceni. O capitão é intocável.
Carpegiani é elogiado por lançar garotos talentosos e por fazer o time jogar bonito, com a bola no chão, mas se conseguisse transformar derrotas anunciadas em empates suados seu futuro no clube estaria garantido. Do jeito que está, ou vem o título da Sul-Americana ou está fora. Mesmo que classifique o time para a Libertadores-12.
