Após decisão da Justiça nesta quinta-feira, que autorizou até o uso da força policial para tirar a Taça de Bolinhas do clube do Morumbi, o diretor jurídico do São Paulo, Kalil Rocha Abdalla, afirmou que cumprirá a determinação judicial e que vai devolver o polêmico troféu para a Caixa Econômica, ainda nesta sexta-feira.
"O São Paulo está cumprindo uma determinação judicial. Eu conversei com o Juvenal e combinamos de devolver a Taça (das Bolinhas). Estamos atendendo o despacho do juiz e nós vamos devolver o troféu ainda hoje (sexta-feira) para a Caixa Econômica. Se não devolvêssemos, eles mandariam oficiais de Justiça aqui (no São Paulo) e não queremos isso de forma alguma. Estamos devolvendo para a Caixa de boa vontade", afirmou Kalil, em contato com o Terra.
O dirigente são-paulino, no entanto, diz que o clube vai continuar lutando para ter a posse do troféu. "A disputa não está encerrada. Estamos cumprindo um despacho da Justiça, mas o processo de posse continua igual. Estamos devolvendo o troféu para a Caixa Econômica, e não entregando para o Flamengo. São coisas muito distintas", ressaltou.
Ao ser questionado sobre uma possível intervenção do atual presidente da CBF, José Maria Marin, no caso, Kalil descartou qualquer possibilidade do mandatário do futebol brasileiro tentar conduzir a polêmica de uma forma amigável para os dois clubes.

"Esse assunto não tem nada com o Marin. O processo está na Justiça e não tem nada de 'marmelada' para nenhum dos dois lados. O processo é judicial e a CBF não tem como interferir. Não tem o que fazer, só se ele sugerir cortar a Taça ao meio e dar uma parte para cada clube", brincou.
Desde que o São Paulo recebeu a posse definitiva da Taça das Bolinhas, o clube tricolor e o Flamengo vêm travando uma série de batalhas judiciais. O diretor jurídico são-paulino afirmou que as duas diretorias não conversam sobre o assunto há algum tempo.
"Faz tempo que não falamos sobre isso com o Flamengo. É claro que existe uma conversa amistosa com a presidente (Patrícia Amorim), mas apenas sobre futebol. Sobre a Taça das Bolinhas faz muito tempo que não há um diálogo", concluiu.
O despacho de busca e apreensão emitido nesta nesta quinta-feira se dá quase sete meses depois de o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ter obrigado em 4 de outubro de 2011 que o troféu fosse devolvido à Caixa Econômica. O clube presidido por Juvenal Juvêncio informou na época que não se desfaria do objeto e ameaçou, inclusive, recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) de Brasília.