Começa a pelada no bairro do Sacomã, Zona Sul de São Paulo. Eduardo está no ataque, na expectativa de ser o elemento decisivo da peleja. Mas, vinte minutos depois, já com a respiração ofegante, o cansaço o obriga a ir para o gol.
– Eu até jogava bem, mas agora tem de ser igual a Romário: parado lá na frente, na banheira – brinca, para esquecer o sofrimento.
O discurso parece de alguém que, com o avanço da idade, já não reúne mais forças para disputar uma partida de futebol nas melhores condições fÃsicas. Mas Eduardo do Carmo tem apenas 22 anos.
Apaixonado por futebol, ele foi outra vÃtima do confronto envolvendo corintianos e policiais, na saÃda do Morumbi, após São Paulo 1 a 1 Corinthians, pela primeira fase do Paulistão do ano passado.
– Estava atrás, esperando para sair. Nisso, as pessoas foram caindo em efeito dominó. Quando escorreguei e caÃ, fiquei com uma perna para cima, alguém pisou no meu pescoço e apaguei. Já era noite quando acordei. Depois de mais de uma hora, me levaram para o hospital – relembra o corintiano.
Eduardo foi encaminhado para o Hospital do Campo Limpo, onde foi submetido a cirurgia para retirada do baço e reconstituição do pâncreas. Um ano, um mês e 12 dias depois, nunca mais foi o mesmo, conta ele. Está cansado, muito cansado.
– Hoje, posso dizer que estou bem, mas sempre vou me sentir mais fraco. Sem contar o transtorno que foi para a minha famÃlia – afirma.
Eduardo conta que seu organismo só voltou ao normal após cerca de quatro meses. Antes, tinha de seguir uma dieta rÃgida, sem frituras e frutas cÃtricas. Para descer do segundo andar até o saguão do apartamento onde mora, ele diz que levava mais de 30 minutos, com a ajuda da mãe.
Após o conflito, com a saúde debilitada, foi demitido da operadora de telemarketing onde trabalhava desde 2007 e ficou mais quatro meses desempregado. Sem contar a faculdade de jornalismo, que teve de ser interrompida no último semestre.
PrejuÃzos que agora ele cobra do São Paulo e da Federação Paulista de Futebol. Em outubro do ano passado, ele entrou com uma ação contra as entidades, pedindo indenização de R$ 1 milhão por danos morais.
O processo ainda está em fase inicial e, enquanto isso, Eduardo vai levando a vida. Hoje, ele trabalha como atendente de uma das maiores cooperativas médicas do paÃs. Também pretende concluir o curso de jornalismo para trabalhar na área.
Fatores que o animam e minimizam o fato de não poder, nunca mais, jogar no ataque por muito tempo nas peladas com os amigos. Tudo depois daquele fatÃdico 15 de fevereiro do ano passado, no Morumbi.
Entenda o caso de Eduardo do Carmo
Processo: 583.00.2009.180234-9
Aberto no Fórum Central João Mendes Júnior, em São Paulo. Eduardo cobra R$ 1 milhão do São Paulo e da Federação Paulista de Futebol por danos morais. Os réus tentaram baixar o valor (veja acima), mas o juiz negou, com o argumento de que só Eduardo pode calcular o prejuÃzo que alega ter sofrido.
Os réus e o andamento
A FPF não quis se pronunciar, pois alegou que o processo está em andamento. Acompanhe a versão do São Paulo na entrevista da página ao lado. Os réus solicitaram que Eduardo realize alguns exames médicos. Ele aguarda. Independentemente da sentença, os envolvidos ainda podem recorrer.
– Eu até jogava bem, mas agora tem de ser igual a Romário: parado lá na frente, na banheira – brinca, para esquecer o sofrimento.
O discurso parece de alguém que, com o avanço da idade, já não reúne mais forças para disputar uma partida de futebol nas melhores condições fÃsicas. Mas Eduardo do Carmo tem apenas 22 anos.
Apaixonado por futebol, ele foi outra vÃtima do confronto envolvendo corintianos e policiais, na saÃda do Morumbi, após São Paulo 1 a 1 Corinthians, pela primeira fase do Paulistão do ano passado.
– Estava atrás, esperando para sair. Nisso, as pessoas foram caindo em efeito dominó. Quando escorreguei e caÃ, fiquei com uma perna para cima, alguém pisou no meu pescoço e apaguei. Já era noite quando acordei. Depois de mais de uma hora, me levaram para o hospital – relembra o corintiano.
Eduardo foi encaminhado para o Hospital do Campo Limpo, onde foi submetido a cirurgia para retirada do baço e reconstituição do pâncreas. Um ano, um mês e 12 dias depois, nunca mais foi o mesmo, conta ele. Está cansado, muito cansado.
– Hoje, posso dizer que estou bem, mas sempre vou me sentir mais fraco. Sem contar o transtorno que foi para a minha famÃlia – afirma.
Eduardo conta que seu organismo só voltou ao normal após cerca de quatro meses. Antes, tinha de seguir uma dieta rÃgida, sem frituras e frutas cÃtricas. Para descer do segundo andar até o saguão do apartamento onde mora, ele diz que levava mais de 30 minutos, com a ajuda da mãe.
Após o conflito, com a saúde debilitada, foi demitido da operadora de telemarketing onde trabalhava desde 2007 e ficou mais quatro meses desempregado. Sem contar a faculdade de jornalismo, que teve de ser interrompida no último semestre.
PrejuÃzos que agora ele cobra do São Paulo e da Federação Paulista de Futebol. Em outubro do ano passado, ele entrou com uma ação contra as entidades, pedindo indenização de R$ 1 milhão por danos morais.
O processo ainda está em fase inicial e, enquanto isso, Eduardo vai levando a vida. Hoje, ele trabalha como atendente de uma das maiores cooperativas médicas do paÃs. Também pretende concluir o curso de jornalismo para trabalhar na área.
Fatores que o animam e minimizam o fato de não poder, nunca mais, jogar no ataque por muito tempo nas peladas com os amigos. Tudo depois daquele fatÃdico 15 de fevereiro do ano passado, no Morumbi.
Entenda o caso de Eduardo do Carmo
Processo: 583.00.2009.180234-9
Aberto no Fórum Central João Mendes Júnior, em São Paulo. Eduardo cobra R$ 1 milhão do São Paulo e da Federação Paulista de Futebol por danos morais. Os réus tentaram baixar o valor (veja acima), mas o juiz negou, com o argumento de que só Eduardo pode calcular o prejuÃzo que alega ter sofrido.
Os réus e o andamento
A FPF não quis se pronunciar, pois alegou que o processo está em andamento. Acompanhe a versão do São Paulo na entrevista da página ao lado. Os réus solicitaram que Eduardo realize alguns exames médicos. Ele aguarda. Independentemente da sentença, os envolvidos ainda podem recorrer.
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