O São Paulo sabe bem a pressão que está sofrendo por um resultado positivo no clássico de amanhã com o Corinthians. O próprio presidente Juvenal Juvêncio exige os três pontos. Não aceita apanhar do time de Andres Sanches, com quem anda se estranhando há algum tempo. Mas o técnico Ricardo Gomes sabe que os atletas não vão levar a rivalidade dos bastidores para dentro do campo. “Os jogadores separam bem isso. Já tem uma rivalidade histórica e isso aí dá o recheio. Mas o que interessa é dentro das quatro linhas”, diz.

Esse recheio que o treinador se refere é mais uma pimenta na partida. A relação entre os dois clubes não é boa. O Timão não usa mais o Morumbi para seus jogos e, em uma festa ano passado no clube, chegou a projetar a imagem de um bambi, apelido dado por torcedores de outros times ao São Paulo, no telão. Recentemente, Sanches acusou o São Paulo de roubar jovens revelações de outras equipes.

É por causa dessa falta de afinidade entre os dois que até o bicho pela vitória deve engordar. “Em todo jogo importante o presidente dá uma premiação, ainda mais se for um que encaminhe a classificação”, explica o superintendente Marco Aurélio Cunha. Os próprios jogadores preferem não entrar na polêmica da rivalidade, mas sabem o que está em disputa. “Não precisa de cobrança, aviso ou motivação”, disse o atacante Washington, garantindo que entre os atletas nem se comenta premiação ou a disputa dos dois dirigentes.

Para encarar o Corinthians, o São Paulo não vai poupar ninguém. Ricardo Gomes preferiu não anunciar a escalação, mas garantiu que acabou a fase de rodízio. “Já passamos dessa fase. Agora o jogador sinaliza alguma coisa: se não está recuperado, se não dormiu bem, e aí vamos ver. Mas estamos preparados para a sequência de jogos e tudo que foi feito até então foi vislumbrando o período decisivo”, disse o chefe. “Vamos buscar a vaga no Paulista e na Libertadores.”