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O dilema de Ricardo

Diretoria pressiona por vitória no clássico, mas Libertadores vale o cargo

A cabeça de Ricardo Gomes está uma encruzilhada. E não é porque ele tem dúvidas para escalar o São Paulo que enfrentará o Corinthians, no domingo. O que representa o clássico do Pacaembu, em si, é que preocupa o treinador.

O presidente Juvenal Juvêncio exige força máxima para encarar o rival. Mais do que isso: não aceita outro resultado que não a vitória. Ele não esconde de ninguém que há uma rivalidade latente por causa dos últimos episódios envolvendo os dois clubes nos bastidores.

Há também um tabu em jogo. O São Paulo não vence o Corinthians desde fevereiro de 2007. Depois disso, foram oito clássicos, com quatro vitórias do Timão e quatro empates. Pesa ainda uma eliminação na semifinal do Paulista do ano passado.

O problema é que mais adiante, na quarta-feira, o Tricolor enfrenta o Monterrey pela Libertadores. A partida é decisiva para o encaminhamento da vaga às oitavas de final. Aí aparece o dilema: poupar contra o Corinthians para ter o time inteiro no México ou arriscar escalar força máxima nos dois jogos?

A resposta de Ricardo Gomes é cristalina. “A rivalidade, claro, será respeitada, mas o jogo mais importante é na quarta-feira, na Libertadores. Tenho que ir lá, depois de enfrentar uma viagem cansativa, e arrancar pelo menos um empate.”

Se pudesse escolher, ele pouparia no Pacaembu. Mas não pode. A diretoria quer os titulares em campo, assim como aconteceu contra o Santos. A derrota por 2 a 1 só não foi mais danosa porque no jogo seguinte, pela Libertadores, o São Paulo venceu o Monterrey.

Agora, porém, o treinador exala preocupação. Naquela altura, o jogo contra os mexicanos não tinha um significado tão importante no quesito classificação. O Tricolor estava estreando. Desta vez, uma derrota no México pode complicar o caminho que hoje está aberto para o time conseguir uma vaga no mata-mata.

Fim da linha?

Se perder para o Monterrey, o São Paulo se verá na obrigação de derrotar o Once Caldas na última rodada, no Morumbi, para avançar. A eliminação pode causar um dano muito maior do que uma derrota para o Corinthians, ou até mesmo uma queda prematura no Paulistão.

O contrato de Ricardo Gomes vai apenas até julho. Se até lá o Tricolor não estiver vivo na Libertadores, o treinador, com certeza, não terá o vínculo renovado. Prova disso é que nos últimos quatro anos, quando o time não brigou pelo título paulista, o que pesou foi cair na competição continental. Muricy Ramalho suportou até o ano passado, quando foi demitido depois da eliminação para o Cruzeiro.

“Sei que o clássico é importante pelo momento do campeonato, e o elenco que tenho em mãos me permite atacar os dois torneios com força, mas, como eu disse, o jogo mais importante para nós é na quarta, no México.”

Os jogadores concordam com o treinador quanto ao grau de importância dos jogos. Mas usam uma vitória sobre o Corinthians como fator de motivação para o confronto pela Libertadores.

“Sempre é bom vencer um clássico porque ganhamos confiança para jogar no México. São competições diferentes, mas também precisamos ganhar lá”, lembrou o volante Cléber Santana, que volta ao time depois de cumprir suspensão pelo terceiro amarelo contra o Bragantino.

Paulistão
O Tricolor está em terceiro lugar com 30 pontos, dois à frente da Portuguesa, quarta colocada. Se vencer o Corinthians, o São Paulo praticamente elimina o rival da briga para chegar à semifinal e encaminha sua classificação. Em caso de derrota no clássico, o trunfo é o confronto direto com o Botafogo, no Morumbi. O time ainda enfrenta o Santo André, que chegará fatalmente classificado ao jogo da última rodada, no ABC.

Libertadores
Com nove pontos, o São Paulo é o líder do Grupo 2. O Once Caldas está em segundo, com oito, e o Monterrey em terceiro, com cinco. Com isso, se vencer no México, na quarta, o Tricolor praticamente se garante nas oitavas, porque enfrenta o Once Caldas no Morumbi por empate. Com derrota, os são-paulinos teriam de vencer os colombianos para não brigarem para avançar como um dos melhores segundos.

Contrato
Ricardo Gomes tem acordo com o clube apenas até julho. A diretoria nega, mas uma renovação está ligada diretamente ao futuro da equipe na Libertadores. Se o time não avançar, é quase certeza que o técnico não ficará no Morumbi pelo restante da temporada. Por isso, ele está mais preocupado com o torneio continental. A
queda no Campeonato Paulista em uma semifinal, por exemplo, não acarretaria dano tão grande.

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