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De olho na seleção, André Dias também sonha com exterior

Presente nos três recentes títulos brasileiros do São Paulo, o zagueiro André Dias ainda não conseguiu usar o período em evidência no clube para conquistar um lugar na seleção brasileira. Porém, aos 30 anos, o atleta mantém o sonho de vestir a amarelinha e, pela trajetória no Tricolor, acredita que merece ser chamado por Dunga.

Nesta entrevista à GE.Net, o atual capitão do clube revelou ainda seu plano de atuar no exterior em breve e também explicou os motivos da má fase que o São Paulo atravessou recentemente.

Você não conseguiu ser titular absoluto nas duas primeiras temporadas no São Paulo, mas conquistou seu lugar a partir do ano passado. Acredita estar em seu melhor momento no clube?
Estou conseguindo manter uma regularidade. O ano passado foi muito bom para mim. Nesta temporada, apesar de ainda não ter título, estou conseguindo fazer o mesmo de 2008, o que é difícil. Não tenho dúvida de que são meus melhores momentos no São Paulo.

Antes de sair, o Muricy Ramalho falou várias vezes que você estava merecendo ir para a seleção. É o momento certo para ser convocado?
Fico feliz por ele ter falado. Até mesmo antes de o Miranda chegar à seleção, o Muricy falou dele, de mim e do Hernanes. Vejo hoje o Miranda e acredito que vai para a Copa do Mundo, pelo que vem jogando. E não sei se eu vou, mas, pelo que estou fazendo, se eu tivesse pelo menos uma oportunidade... Algumas pessoas passaram pela seleção e não sei se fizeram tanto quanto eu, até pelos títulos que conquistei no São Paulo. Mas eu aguardo, sou paciente.

Porém, você está com 30 anos e não recebeu ainda uma chance sequer. Sua hora ainda pode chegar?
O Muricy me deu a responsabilidade de substituir o Rogério no São Paulo (como capitão) por meu trabalho no dia a dia, meu profissionalismo e carisma com os outros jogadores. Foi por merecimento. Se for olhar por isso e pelos títulos, acho que eu teria condições de jogar um amistoso ou algo parecido. Temos ótimos zagueiros na seleção brasileira, e sou bastante consciente de que hoje não fui ainda porque já tenho 30 anos. Os demais jogadores que estão indo são mais novos e jogam tanto quanto eu, e estão em times de maior expressão. Fico tranquilo porque sei que a concorrência é muito grande no setor, mas, se eu tiver uma oportunidade, vou ficar muito feliz.

Além da seleção, você também não teve passagem pelo exterior e seu contrato vai até o fim do ano que vem no São Paulo. Pensa em renovar ou vai tentar uma chance fora do país?
Já passei por muita coisa e por especulações. Em alguns momentos, parecia que ia dar certo, mas não deu. Não me afobo em relação a isso, sei que as coisas vão acontecer naturalmente. Se for a vontade de Deus para eu ir embora no fim do ano ou até nesta janela de transferência, eu vou. Caso contrário, vou cumprir meu contrato, pois jogo no melhor clube do Brasil. Se eu não tiver proposta de outra equipe quando meu contrato chegar ao fim e o São Paulo quiser renovar, vou ficar muito feliz.

Mas tem vontade de fazer sua independência financeira no exterior?
Até maior do que o desejo é a minha necessidade. Jogador fala da estabilidade e é realmente verdade. Um ano que você faz fora do país é equivalente a dois no Brasil. Ou seja, você ganha dois anos na parte financeira, mas não digo que seja também um ganho técnico, pois, pela estrutura do São Paulo, acontece até de ir para um clube que não tem tudo isso. O que pesa mesmo é a parte salarial. Sondagens e especulações sempre existem, mas não acredito que sejam reais. Quando há algo realmente certo, as coisas acontecem muito rapidamente. Não chegou nada diretamente para mim, pode até ter algo com meu empresário.

Levar o São Paulo ao título brasileiro é a forma de ficar novamente em evidência?
Você só é valorizado pelas conquistas que consegue. Acho que nenhum empresário vem ao São Paulo pela estrutura daqui, e sim porque é uma equipe que ganha e está sempre disputando títulos. Isso faz ter visibilidade maior fora do país. Assim como tenho sonho de sair, também tenho o objetivo de ser campeão novamente.

E como você avalia a chance de o São Paulo conquistar mais um título nacional?
O que estamos jogando não é diferente do que fizemos nos anos passado, retrasado... Estamos com alegria e disposição para correr. A fase ruim que tivemos depois da eliminação na Libertadores já passou. Não tenho dúvida de que o Ricardo Gomes tem uma grande porcentagem em tudo isso. Ele é muito aberto e sabe extrair algo a mais através da conversa, e isso se transfere para o campo. Nós estamos conseguindo marcar a equipe adversária e ainda jogar. São poucos que fazem isso no país. O treinador conseguiu fazer isso muito rápido.

Aliás, no momento em que a fase do São Paulo era ruim, chegou a ser especulado que o grupo estava rachado. O elenco teve problemas de relacionamento?
Muitas vezes, as pessoas não ficam satisfeitas com o que dizemos. Naquele momento, perguntavam os motivos da fase ruim. Nós falávamos com sinceridade: o time estava sem confiança e a Libertadores também atrapalhou. Estou há quatro anos no São Paulo e ainda não consegui ser campeão da Libertadores. É algo que clube, torcedor e jogadores almejam. Nós sentimos mesmo. É até criado um clima diferente no São Paulo nesta competição e ficamos chateados quando não conseguimos. Mas as pessoas não aceitaram e começaram a falar que o grupo estava rachado. Diziam que o Borges não se dava bem com o Washington, ou que o Dagoberto não gostava do Borges... Levantaram situações absurdas, que não existiam. Eles três até já comemoraram gols juntos. Sem sacanagem nenhuma, eu digo que nosso grupo é muito bom. Só estávamos em um momento ruim, mas sempre teve respeito entre os jogadores. Nunca vi vaidade e nem grupo rachado.

Com a faixa de capitão, você poderia ter levantado o troféu da Libertadores. Isso o deixou mais frustrado na eliminação?
Não fiquei frustrado por não ter levantado a taça, mas sim por não ter sido campeão. É um sonho a ser realizado no São Paulo. Minha meta é sempre ser campeão e somos cobrados para isso aqui, já que o clube investe. Quero ser campeão brasileiro e, se for possível fechar meu ciclo aqui com um título da Libertadores, não terá algo maior.

Com o Rogério perto de voltar a jogar, seu tempo como capitão está chegando ao fim. Como avalia a experiência que teve?
Vai ficar marcado para o resto da minha vida. Em outras equipes, tive a oportunidade de ser capitão em um ou outro jogo. Mas ter uma sequência assim é diferente. Cheguei ao ápice de um atleta, pois jogo em uma equipe de ponta e sou capitão. Claro que foi em uma situação ruim, que é a lesão do Rogério, mas são coisas que acontecem no futebol. Eu aprendi demais com isso e amadureci bastante. O respeito das pessoas por mim também mudou, pois o capitão tem de ser exemplo dentro e fora de campo.

E conversou sobre isso com o Rogério?
Ele me deu muitas dicas e sempre me chamava para conversar quando eu estava com alguma dúvida. Vai ser um orgulho muito grande devolver a faixa para quem realmente é o capitão. Isso vai ficar marcado para mim e para minha família, mas sei que, para o torcedor, o capitão são-paulino é o Rogério Ceni.

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