publicidade

Técnico da seleção sub-17 alerta que jovens promessas estão pulando etapas

Lucho Nizzo lembra que o país poderia revelar muito mais craques se as revelações passassem por uma formação mais adequada

Não é de hoje que os clubes brasileiros lançam suas jovens promessas cedo demais no time principal, muitas vezes como solução para uma equipe que não consegue fazer uma boa campanha. Mas essas revelações estão subindo cada vez mais cedo e começam a preocupar os responsáveis pelas divisões de base da país. Quem faz o alerta é o técnico da seleção brasileira sub-17, Lucho Nizzo.

- Esses meninos acabam se tornando profissionais, mas sem ter passado por todas as etapas de formação. E se você fizer um paralelo com o sistema de ensino, é como se o menino saísse da educação infantil direto para a universidade – explica Lucho.

Nizzo tem 22 anos de trabalho na formação de jogadores e por conta desta experiência faz um alerta aos clubes brasileiros e cita alguns exemplos de jogadores que podem ter a formação prejudicada por conta de uma pressa dos treinadores em lançá-los na equipe principal. É o caso do Neymar, do Santos, Zezinho, do Juventude, Philippe Coutinho, do Vasco, e Dodô, do Corinthians.

- Há dois ou três anos, o treinador da seleção brasileira sub-20 tinha dificuldade de convocar uma seleção para um mundial ou um sul-americano, pois ambos os jogadores já estavam atuando nas suas respectivas equipes. Hoje o processo está começando a ocorrer com a sub-17. Quer dizer, hoje eu fui para um sul-americano em que eu não pude levar o Neymar – lamenta o treinador.

O alerta não foi ignorado por alguns treinadores. Porém, muitas vezes precisam lutar contra a vontade da torcida que deseja ver as jovens promessas em campo, como acontece com Vanderley Luxemburgo e Neymar, no Santos. O técnico do Flamengo, Andrade, lembra do caso de Bruno Mezenga e Fabiano Oliveira, que foram lançados no time principal como solução dos problemas do ataque rubro-negro, sem estar devidamente preparados.

- Uma coisa é o time que não tem condição e lança o jogador precoce porque tem que lançar o jogador precoce e que trabalha para colocar jogador no mercado e a outra é você colocar o jogador para ser um jogador talentoso. Achei que foi muito precoce a entrada do Neymar, com aquele físico dele, sem estar preparado. Tem que jogar na seleção de base. Na história do futebol, o grande jogador jogou na seleção de base. O Ronaldo jogou, o Ronaldinho, Alex, Romário, Bebeto, tem que ter amadurecimento – lembrou Luxemburgo em entrevista coletiva.

Lucho Nizzo ressalta também que esse processo acaba por eliminar muitas promessas e muitas mais poderiam surgir se todos concluíssem o processo de formação de forma completa. A falta dela é percebida quando o jovem mostra pequenas falhas durante o jogo e acaba tendo que viver com a pressão da torcida muito cedo.

- Você está vendendo um atleta que não está realmente formado. E isso é preocupante, porque você vai ver um jogo de futebol e vê um jogador que chega na cara do gol e perde porque não consegue finalizar com a perna esquerda, perde um gol de cabeça porque não sabe cabecear e a torcida transfere toda essa situação para o atleta. É um processo difícil, é um funil, em que entram muitos e vão sair dois ou três, mas poderiam sair mais, dez, quinze. Mas talvez esses meninos não tenham suportado todo esse processo e sucumbido – alertou Nizzo.

VEJA TAMBÉM
- E OS REFORÇOS?! Zubeldía pede paciência com novos jogadores e nega acelerar processos no São Paulo
- FIM DE JOGO! Em jogo truncado, São Paulo vence o Cruzeiro e segue no G6
- COM DIFICULDADES! Grande reforço do São Paulo na janela perde disputa na titularidade por nome conhecido


Receba em primeira mão as notícias do Tricolor, entre no nosso canal do Whatsapp


Avalie esta notícia: 5 3

Comentários (1)

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.