Numa rápida negociação após a saída de Dorival Júnior para a seleção brasileira , o Tricolor debateu nomes como Pedro Martins, Paulo Pezzolano e fechou com Carpini.

O Tricolor aceitou pagar a multa de R$ 1 milhão para tirá-lo do time gaúcho, onde estava trabalhando, e já conta com ele para a estreia no Campeonato Paulista. O primeiro treino no CT da Barra Funda deve ser no sábado.

O São Paulo será o oitavo clube de Carpini em pouco mais de quatro anos de carreira . Natural de Valinhos (SP) e ex-volante com passagens pela Ponte Preta e Atlético-MG, Carpini ganhou notoriedade em seu primeiro trabalho, quando salvou o Guarani do rebaixamento na Série B.

Depois de passagens sem destaque por Oeste, Inter de Limeira e Santo André, Carpini teve um ano de 2023 memorável .

Foi finalista do Campeonato Paulista com o modesto Água Santa, eliminando o próprio São Paulo nas quartas, e depois levou o Juventude de volta à Série A com uma campanha impecável.

+ Quem é Carpini? Ele foi carrasco do São Paulo e "explodiu" em 2023 + Carpini reencontra Wellington Rato no SP, eles jogaram juntos + Primeiro trabalho de Carpini como técnico foi aos 35 anos e evitou rebaixamento após 90% de risco

Suas equipes chamam a atenção por serem extremamente competitivas e saberem jogar de forma equilibrada: atacam e defendem da mesma maneira. O Juventude, por exemplo, dominava a posse e controlava em casa, mas fora de casa, sabia se fechar e contra-atacar se o jogo pedisse.

Abaixo, alguns pontos dos trabalhos de Carpini em 2023 que podem aparecer no São Paulo.

Carpini gosta de times que fazem uma saída chamada de "sustentada". O time sai com o goleiro jogando com a bola nos pés e tenta chamar seu adversário com os zagueiros e laterais próximos. Um dos laterais até busca a bola, sempre pelo lado, e joga direto com o ponta. Quem tem tudo para se dar bem é Rafinha, que atuava como lateral construtor no time de Dorival. Nessa saída, os volantes pouco tocam na bola e ficam mais fixos. Veja um exemplo:

Uma marca registrada dos times de Carpini é o jogo nos lados. Seus times gostam de triangular sempre pela beirada, com o camisa 10 encostando no lado. Carpini pensa que há mais espaço para jogar pelos lados e permite que o time troque posições, mas sempre buscando tocar curto de um lado para sair livre e cruzar a bola no lado oposto. Quem se deu foi Bruno Mezenga, destaque do Água Santa que fazia vários gols assim.

As triangulações laterais são tão constantes que o time do Água Santa tinha volantes que ajudavam a triangular, como Thiaguinho. No Juventude, Jadson e Vini Paulista saíam mais. Pelo jogo de Carpini ser de posse rápida no lado, um elemento fundamental é o camisa 9: ele não sai da área. Prende o máximo que pode a defesa, dá estatura aos cruzamentos e finaliza qualquer cruzamento rasteiro que chega.

Carpini montou o Água Santa num 4-2-3-1. O Juventude variava entre um 4-3-3 e um 4-2-3-1 quando Nenê entrava. Em todos os esquemas, seus times sempre se defendem com duas linhas de quatro. O modo de defender não é tão atrás (o que é chamado de bloco baixo), nem com uma linha alta à lá Jorge Jesus. Carpini gosta de um bloco médio, uma defesa que avance mas mantenha sua última linha estruturada.

Veja o exemplo do Água Santa.

Carpini terá vários desafios no São Paulo. Seu primeiro jogo oficial será logo a Supercopa, contra o Palmeiras, e a prioridade do clube no primeiro semestre é o Paulistão.

?? Ouça o podcast ge São Paulo??