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OPINIÃO: Ingresso de final da Copa do Brasil sobe muito mais que Rock in Rio/The Town; é justo?

  • Paulo Cobos, blogueiro do ESPN.com.br
  • 12 de set, 2023, 08:18
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  • Faz tempo que futebol no estádio deixou de ser um passatempo para os mais pobres no Brasil.

    Com o fim das gerais, estádios mais confortáveis e os programas de sócio-torcedor, o esporte mais popular do país se elitizou.

    Mas o que acontece na decisão da Copa do Brasil passa dos limites.

    Para quem não é sócio-torcedor, o ingresso mais barato (sem contar meia entradas) cobrado pelo Flamengo para o jogo no Maracanã é de R$ 400. Os visitantes irão pagar R$ 700. O São Paulo só é um pouco mais camarada: tem um setor por R$ 200, mas ele não é dos maiores.

    Vamos voltar quase 40 anos no Brasil para entender como o futebol virou programa para bolsos abastados.

    Em dezembro de 1984, Flamengo e Fluminense decidiram o Carioca, com mais de 150 mil pagantes no Maracanã.

    Um ingresso para a geral custava 1.000 cruzeiros, a moeda brasileira na época. A arquibancada valia 5.000 cruzeiros.

    O preço da geral equivalia a só 0,6% do salário mínimo da época. A arquibancada custava o equivalente a módicos 3%.

    Hoje, os R$ 400 cobrados pelo Flamengo consomem quase um terço do salário mínimo vigente no Brasil.

    Um mês depois, em janeiro de 1985, aconteceu a primeira edição do Rock in Rio.

    Para quem deixou para comprar o ingresso no mês anterior ao festival, o preço para um dia de shows era de 20 mil cruzeiros, ou 20 vezes o preço de uma geral para a final da carioca de 1984 ou 4 vezes o valor de uma arquibancada.

    Em 2023, no The Town, a versão paulistana do Rock in Rio, o ingresso (também sem contar meia entrada) para um dia custava pouco mais de R$ 800, ou só duas vezes mais que o valor do ingresso mais barato para a final da Copa do Brasil no Maracanã para quem não é sócio do Flamengo.

    Os custos do futebol explodiram.

    Segundo cálculo da revista "Placar", Zico ganhava no Flamengo, por valores corrigidos atuais, R$ 172 mil mensais, praticamente 10% do salário de Gabigol no mesmo clube.

    O futebol nunca mais vai ser barato. Mas é perigoso achar que pode cobrar do torcedor como se fosse um grande festival de música e ser impagável para quem ganha pouco.


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    Comentários (3)
    12/09/2023 20:41:11 Paulo Roberto Miranda

    Deveria haver uma lei que não permitisse que os valores de determinados eventos não ultrapassassem uma determinada porcentagem equivalente ao salário mínimo estipulado no pais

    prata
    12/09/2023 12:18:13 C@RLOSSPFC

    Porque não compara com o lixo da seleção,o dinheiro que a CBF têm deveria ter setor popular na metade do estádio.

    12/09/2023 10:55:14 PABLOPIKASSO

    Pagar pra ver pablo vitar, ludmila e luiza sonza no the town tem ki ser mais barato mesmo só lixo ,sem comparação em ver uma final do seu time do coração podendo levantar a taça inédita e fazer a maior festa que a cidade de São Paulo vai ver ,

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