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Gilmar Ferreira: CBF dará Taça de Bolinhas ao São Paulo

Sei que o assunto é chato, batido, mas sei também que é um tema que desperta interesse em pelo menos grande maioria das torcidas de Flamengo, São Paulo e Sport: a Taça de Bolinhas.

Mas, desta vez, ao que parece, estamos próximos do último capítulo desta novela que já se estende por longos e cansativos 22 anos.

É que por obra e graça de um astuto e interessado leitor rubro-negro, que, por motivos particulares me pede o anonimato, a ouvidoria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se pronunciou sobre o caso.

Conforme o email que divulgo aqui, enviado pelo ouvidor da entidade Ronald de Almeida Silva ao nobre leitor, a Diretoria de Competições da CBF decidiu conferir ao São Paulo a posse em definitivo do troféu.

Em sua resposta, enviada ao leitor cinco dias após a consulta feita através do site da entidade, Ronald diz que o departamento responsável dá o caso por encerrado.

”Portanto, a chamada “Taça de Bolinhas” será entregue ao clube SÃO PAULO em data a ser definida de comum acordo entre a CBF e o clube”, diz o ouvidor da CBF na alínea h da resposta denominada no comunicado da entidade como “ADENDO 82: COPA UNIÃO 1987, PENTACAMPEÃO BRASILEIRO E A TAÇA DE BOLINHAS: revisão_09”.

Na alínea seguinte, o ouvidor avisa que “A DCO/CBF informou a esta Ouvidoria que “o caso da COPA UNIÃO 1987 está encerrado e arquivado e que nada mais há a comentar sobre o assunto”.

Trata-se de comunicado simplesmente bombástico, pois até hoje não houve um pronunciamento oficial da entidade sobre o impasse causado a partir da criação dos módulos de disputa do Brasileiro de 87.

Oficialmente, o Sport venceu o módulo amarelo e o Flamengo o verde.

Como não houve o cruzamento entre os dois primeiros de cada módulo, a CBF declarou o time pernambucano campeão, embora a opinião pública tenha ficado do lado do time carioca.

Quando o Flamengo de Júnior, Gaúcho, Gilmar e Cia conquistou o Brasileiro de 92, seus dirigentes não foram hábeis o suficiente para conduzir o caso na esfera política.

Ao contrário dos dirigentes do São Paulo que, com o quinto título alcançado em 2007, passaram a trabalhar nos corredores da CBF pela posse do troféu oferecido pela Caixa Econômica Federal e que até hoje mantém em seu poder.

Os rubro-negros acordaram e, em outubro do ano passado, depois de um ano de costura com os presidentes do Clube dos 13 e da CBF, estiveram perto de um acordo salomônico baseado num documento assinado pelos dirigentes do Sport no final dos anos 90, por ocasião da filiação no C13.

Mas, já era tarde.

O índice de rejeição a um acordo de bastidores foi mais forte, e a grita vinda de todos os lados assustou tanto a Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, quanto a Ricardo Teixeira, presidente da CBF.

Desde então, os rubro-negros deixaram o tema em segundo plano, e os dirigentes do São Paulo, animados conquista do terceiro Brasileiro consecutivo, seis, desde 1971, se fortaleceram no imbróglio.

Se a versão do ouvidor tiver realmente o aval da diretoria da CBF, como parece não haver dúvidas, estará resolvido o mais longo impasse desta competição em seus 38 anos de disputa.

E o mais curioso, para não dizer lamentável, é que no último dia 25, por ocasião do falecimento do ex-goleiro Zé Carlos, uma nota publicada no mesmo site oficial da entidade, conferia ao finado atleta o título de campeão brasileiro de 1987.

Pelo Flamengo.

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