publicidade

Retorno de Ganso à Vila Belmiro terá protesto e amigos na arquibancada

Além de santistas que não engoliram sua saída, meia encontrará pessoas que o ajudaram no início

Depois de ser formado e se lançar como jogador pelo Santos, Paulo Henrique Ganso deixou o clube no ano passado com várias divergências, mas neste domingo volta a jogar na Vila Belmiro, só que com a camisa do São Paulo (FOTO: Divulgação)

No seu retorno à Vila Belmiro, Ganso vai rever nas arquibancadas amigos como Luiz Fernando Schefer e Vilma Mattos de Lima. Mas o craque também encontrará torcedores que apontam a sua saída do Santos para o São Paulo como uma traição. Apesar de ter levantado pelo Santos as taças do Paulista (três vezes), Libertadores, Recopa e Copa do Brasil, o meia não será reverenciado pelos santistas. Muito pelo contrário.

A maneira como Ganso trocou a Vila pelo Morumbi não foi bem digerida pela torcida. Acusado de ser mercenário, ele deverá ser recebido no gramado em que tantas vezes encantou os amantes do futebol bem jogado com xingamentos e moedas. A torcida Sangue Jovem prepara uma surpresa. "Vamos fazer um protesto bem humorado e criativo", avisa o diretor de marketing Alexandre Cruz da Cunha, sem dar maiores detalhes.

Nem de longe as cenas que Ganso viverá hoje poderiam passar pela sua cabeça quando ele desembarcou na Vila Belmiro vindo da Ananindeua, no Pará, em 2005. Aquele garoto espigado, tímido, só pensava em conseguir um lugar no time. Com a ajuda do craque e também paraense Giovanni, ele logo foi aprovado. Isso, no entanto, não era garantia de sucesso imediato.

Apesar de ser dono de um talento raro, Paulo Henrique (como era chamado nas divisões de base) penou muito. Alternou altos e baixos e com apenas 17 anos sofreu a primeira lesão grave no joelho direito. Aos 18, subiu para o profissional, mas acabou "rebaixado" para a base. Foi quando pensou até em desistir do futebol.

"Ele ficou muito chateado com aquela situação. Cogitou a possibilidade de abandonar tudo, voltar a estudar. Mas ele foi muito persistente e botou na cabeça que iria vencer no futebol", conta Luiz Fernando.

Ainda naquele ano de 2008, Ganso esteve perto de trocar o Santos pelo São Caetano. O interesse do Azulão pelo garoto surgiu na decisão do Paulista Sub-20. A final foi disputada no estádio da Portuguesa Santista e o meia jogou o fino da bola. No palco da premiação, viu o presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza, negociar a sua contratação e só não foi para o clube do ABC porque desde a base é um jogador valorizado

"Na hora em que fui entregar a medalha de campeão para ele, virei para o Marcelo Teixeira (então presidente do Santos), que estava do lado, e falei: ‘Me empresta esse garoto.’ O Marcelo disse que eu poderia levá-lo, mas que o salário era de R$ 20 mil. O valor era muito caro, não tínhamos como pagar", lembra Nairo.

O amadurecimento de Ganso, então, veio no próprio Santos. Em 2009, ele voltou a ganhar uma oportunidade no time profissional para nunca mais retornar à base. O jogo decisivo foi contra o Guarani, pelo Campeonato Paulista, na Vila. Quando Serginho Chulapa o chamou para entrar no lugar de Róbson, recebeu uma advertência: "Não vai dormir, hein, moleque".

Muito bem acordado, ele não decepcionou e marcou um belo gol. Recebeu na entrada da área, cortou o zagueiro e encobriu o goleiro. Depois, falou aos repórteres: "Como Paulo Henrique Lima é um nome muito grande, podem me chamar só de Ganso". O apelido ele ganhara de Otávio Rodrigues, roupeiro das divisões de base que costuma chamar de "ganso" todo tipo de jogador ruim. Com Paulo Henrique, ele errou feio nas previsões.

O garoto tinha um estilo elegante de tratar a bola, dar passes de primeira e finalizar. Era um jogador fora do comum. Meticuloso, sempre buscou a perfeição. "Assim que acabava o jogo, ele me ligava ou mandava mensagem perguntando o que eu tinha achado. O Paulo Henrique se cobrava muito e eu tentava fazer ele entender o que estava errado e o que estava certo", conta Vilma Mattos de Lima, a Vilminha Santista, amiga da família de Ganso desde 2005.

Não foram poucas as vezes em que o garoto chegou à casa de Vilminha chorando porque tinha jogado mal. Ele, então, se esbaldava em chocolate e corria para a internet para conversar com a namorada que morava no Pará.

O tempo passou e, ao invés de ir à casa de Vilminha após os jogos, Ganso passou a frequentar o restaurante Almeida, famoso pelo prato meca santista e por ficar aberto até altas horas da madrugada. A namorada mudou e o relacionamento passou a ser real, e não mais virtual. Também mudou de apartamento. Trocou o prédio com a sugestiva fachada tricolor (preta, branca e vermelha) no Canal 5 por uma cobertura no Canal 4. Sem mais espinhas no rosto, o pôquer passou a ser o passatempo predileto ao lado dos amigos. Mas sem exageros.

Quase todo dinheiro que ganhou até agora foi investido em imóveis. Sua nova tacada é uma grife de roupas, a Luis XV, administrada pela irmã Paula. A amigos, ele confidencia que está feliz no São Paulo, apesar da reserva. Para ficar completo, só falta realizar dois de seus votos para 2013: voltar à seleção e ficar mais tempo com a filha Maria Victória, de apenas sete meses, já que não possui uma boa relação com mãe da menina.

O MAESTRO

Paulo Henrique GANSO
Clube anterior:
Santos
Posição: meia
Idade: 23 anos
Altura: 1,84 m
Peso: 78 kg
Títulos: Paulista (2010/11/12), Copa do Brasil (2010), Libertadores (2011), Recopa (2012) e Copa Sul-Americana (2012)

VEJA TAMBÉM
- Veja como deve ser a escalação do Tricolor contra o Palmeiras
- Calleri elogia elenco do São Paulo por adotar filosofia de Zubeldía
- Tricolor escalado para o jogo contra o Barcelona-EQU


Receba em primeira mão as notícias do Tricolor, entre no nosso canal do Whatsapp


Avalie esta notícia: 8 6

Comentários (2)

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui.