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Entrevista com Jorge Wagner

210 partidas, 22 gols. E assim se encerra um ciclo de quatro anos de Jorge Wagner no São Paulo. Querido pela torcida e pelos companheiros de trabalho, o meia está de malas prontas para realizar um sonho, o de jogar no Japão. Com contrato assinado, Jorge Wagner vestirá a camisa do Kashiwa Reysol por duas temporadas e espera que haja prorrogação, voltando para o futebol brasileiro só daqui a quatro anos. Assumidamente torcedor do Bahia e do São Paulo, o jogador almeja se aposentar com a camisa do time baiano, porém, só daqui a seis anos.


Em entrevista exclusiva ao Site Justicadesportiva.com.br, Jorge Wagner contou sobre sua passagem no Tricolor Paulista, o que anseia para os próximos anos dentro de campo e o que achou da escolha do futuro herdeiro da camisa 7 no São Paulo.

JD - Você acredita que o seu ciclo no São Paulo terminou?

Jorge Wagner – “Depois de quatro anos, de muitas alegrias e grandes amizades no clube, é chegado o momento de partir, buscar novos objetivos, desde julho que eles vem com o projeto de reformulação, trazendo jogadores revelados na base e que já vem sendo aproveitados, e tenho certeza de que aparecerão outros também , é um processo. Saio daqui muito feliz, com a satisfação de ter jogado no São Paulo, conquistado o carinho da torcida, dos jogadores, diretores, imprensa, funcionários do clube, então é o momento mesmo de sair e buscar novos objetivos”

JD – A diretoria chegou a tentar te convencer a ficar no clube, fez alguma proposta formal?

JW – “Logo quando eu cheguei e assinei meu contrato de empréstimo de um ano e depois a contratação de três anos, era o meu pensamento e o da diretoria de cumpri-lo. Não tem mágoa, foi tudo conversado, eu tinha uma boa situação lá fora, me entenderam, foi tudo numa boa, como foi a minha chegada. Só tenho a agradecer por eles entenderem meu lado de querer buscar outros horizontes e objetivos”

JD – Você recebeu propostas de outros clubes além do Kashiwa Reysol? Porque a escolha pelo clube japonês?

JW – “Sempre quando está chegando o fim do contrato e tem o período de seis meses para negociar e assinar pré-contrato com outras equipes, ainda mais por ser um jogador do São Paulo e ter tido uma boa passagem por aqui, existe sondagem de outros times. Houve sim, do Brasil e do exterior, mas de concreto, com papel de proposta mesmo, foi essa do Japão. Como sempre tive o sonho de jogar no futebol japonês, é uma coisa que me acompanha há muito tempo, eu não dificultei, e encaminhei para fechar negócio logo”

JD – Todo jogador fala do sonho europeu, porque essa atração pelo Japão?

JW – “Não sei explicar, mas é uma coisa que vem há muito tempo, sempre gostei, sempre curti o estilo deles, pela organização, equipes, estádio que vi na Copa do Mundo, é muito bonito. Sempre tive esse interesse, acompanhei, e a cultura deles me atrai. Jogando lá, vou poder aliar tudo isso, vou me interessar por tudo isso, dar qualidade de vida para a minha família, um bom futuro para os meus filhos.”

JD – Qual são os termos de contrato que você já assinou com o Kashiwa?

JW – “São dois anos de contrato, com início de janeiro de 2011 e termino em 2013. Estou na expectativa muito grande de fazer sucesso logo no começo e ter contrato renovado logo com eles, para ficar mais tempo”

JD – Quando você assinou o pré-contrato no meio do ano, você sentiu uma diferença de tratamento no clube, por verem que você já tinha outros objetivos ou nada mudou? Você chegou a ficar no banco por um bom tempo, era má fase?

JW – “Era o meu momento, desde o inicio do ano não tive sequência e regularidade, e por consequência, fiquei muitas vezes no banco. Mas o meu contrato assinado no meio do ano não tem nada a ver com isso, se eles tivessem que me aproveitar, aproveitariam, mas era um projeto de mudança, mudança de treinador, jogadores da base, o São Paulo precisava disso. Não há mágoa nenhuma, só coisas para agradecer”

JD - Que balanço você faz dessa passagem de quatro anos pelo São Paulo?

JW – “Uma passagem vitoriosa. Foram dois títulos Brasileiros, nunca tinha conseguido o título nacional, fiquei muito feliz. Fiz grandes amigos, tive muitos momentos de felicidade no clube. Um fator negativo é de não ter conquistado uma Copa Libertadores. Se eu tivesse conquistado, com certeza seria muito mais lembrado na história do clube do que serei”

JD – O que fará mais falta no dia a dia do São Paulo, que por quatro anos foi a sua rotina?

JW – “As amizades, chego de manhã para treinar, todos te respeitam, tratam bem, estão todos alegres, até nas dificuldades, mesmo eliminados, todos estavam dando força, tranquilidade para que trabalhássemos. Desde o dia que cheguei, o torcedor me acolheu, acreditou no meu trabalho, me valorizou, e eu levarei sempre isso comigo, com muito carinho”

JD – O Lucas já deu algumas entrevistas afirmando que será o novo camisa 7 do São Paulo em 2011. A camisa ficou em boas mãos?

JW – “Está. Não teria jogador melhor atualmente para vestir essa camisa no elenco do São Paulo. É uma honra deixar para ele. Foi bastante noticiado nos últimos tempos que ele será o herdeiro da camisa 7, e essa camisa tem uma história aqui dentro do clube. Antes de mim foi o Mineiro, que fez sucesso no São Paulo, fez gol na final do Mundial em 2005, conquistou Paulistão e entrou para a história. Depois fui eu, com dois títulos nacionais. Espero que ele conquiste a Copa do Brasil, Brasileiro e volte a Libertadores no ano seguinte, fazendo muito sucesso”

JD- Apesar de defender sempre o São Paulo com raça e disposição a cada partida, você nunca escondeu que tem outro Tricolor no seu coração, o Bahia, que conseguiu o acesso e atuará em 2011 na Série A. Você acompanha os jogos, como foi a expectativa?

JW – “Hoje eu posso falar que sou Bahia e São Paulo. O Bahia me projetou, passei minha infância e grande parte da minha adolescência lá. Quando você é formado no clube, vivendo com 100, 200 pessoas, tendo a cabeça em formação ainda, você tem que agradecer os profissionais que te ajudam, direcionam sua carreira, e muitas vezes longe da família. Lá eu tive tudo isso. E aqui no São Paulo também tive apoio. Só tenho a agradecer os dois clubes e os outros que passei, que todos contribuíram para o que sou hoje. E não é porque sou Bahia que torço contra o Vitória. Queria que eles ficassem na Primeira Divisão também para engrandecer o futebol baiano”

JD – Até quando você pensa em jogar bola?

JW – “Tem muito tempo ainda. Estou com 32 anos e sei que tem muita coisa pela frente. Difícil estipular datas, tenho planos e objetivos. O meu próximo objetivo é o Japão, pretendo ficar no mínimo quatro anos e depois retornar para o Brasil, encerrando minha carreira com 37, 38”

JD – E para encerrar a carreira, São Paulo ou Bahia?

JW – “Encerrar no São Paulo era uma boa, mas para ter meu ciclo completo no futebol, eu teria que encerrar no Bahia, onde tudo começou. Seria uma honra voltar do Japão e ter uma oportunidade no São Paulo, mas sei que hoje não é possível, eles estão trazendo jogadores novos, reformulando pela base, vou estar com quase 37 anos ou mais, fica muito distante o meu retorno”



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