“Rogério, por favor, posso tirar uma foto sua com o meu filho?” Foi esse o pedido que Rogério Ceni mais ouviu e atendeu depois da atuação heróica contra o Rosário Central, quando defendeu dois pênaltis e converteu o seu, classificando o São Paulo para as quartas-de-final da Libertadores [(5) 2 x 1 (4)]. Só que, desta vez, quem implorava pela foto com o ídolo não era o “herdeiro” de algum cartola ou um pequeno torcedor. Era Souza, jogador do São Paulo como Rogério, num acesso de tietagem, ávido por satisfazer o filho.
Foto: Arquivo PLACAR
Venerado, respeitado, invejado por dirigentes, torcedores e colegas, Rogério Ceni, 31 anos, 14 de São Paulo, virou uma espécie de dono do time. É o capitão, cobrador de faltas, porta-voz, símbolo… No jargão futebolístico, ele manda prender e manda soltar no Morumbi.
Quando assumiu o São Paulo, uma das preocupações do técnico Cuca foi descobrir até onde ia a liderança de Rogério. “A sua liderança é necessária e ele a exerce até o limite que sua condição de jogador permite.” Então, vamos tentar descrever o que é essa “liderança exercida até o limite”. No São Paulo, desde que Rogério assumiu a camisa 1, em 1997, os presidentes mudam, os técnicos também, os jogadores nem se fala, e Rogério Ceni continua sendo o batedor de faltas e o capitão da equipe, não importa quem esteja ao seu redor — e até acima dele.
O único treinador a impedir Rogério de cobrar faltas foi Mário Sérgio, em 1998. “Quando cheguei ao São Paulo, chamei
ele para uma conversa. Expliquei meu ponto de vista; que as cobranças de falta expunham demais o time e que ele deveria aproveitar o tempo das faltas para aprimorar outros fundamentos. Ele não só aceitou como jamais tentou mudar essa situação”, diz Mário Sérgio.
O ETERNO CAPITÃO
Muitos treinadores consideram contraproducente entregar a faixa de capitão do time ao goleiro, pela dificuldade que um jogador da posição tem para dialogar e pressionar o árbitro durante a partida. Mas a tarja não sai do braço de Rogério Ceni… “Primeiro, não sou eu quem determina isso; é o treinador. Mas normalmente a faixa é dada ao jogador que está há mais tempo no clube — e que tem voz ativa, não adianta ser introvertido”, afirma.
Rogério diz se considerar amigo de todos no São Paulo. Entende que nem o fato de ganhar muito mais do que a maioria
(cerca de 180 mil reais mensais) seja motivo para discórdia. “Trato todo mundo bem. Procuro ser o mais repetitivo possível com os jogadores que chegam de outros clubes ou estão subindo das categorias de base”, diz. “Passei por tudo o que eles estão passando hoje. Fui conquistando meu espaço. Tive de entrar em campo 530 vezes para chegar nesta situação. Devo ser motivo de orgulho.”
De fato, a trajetória de Rogério no São Paulo é quase irreparável. Ela só teve um arranhão, em 2001, quando, por uma suposta proposta recebida do Arsenal (desconsiderada pela diretoria do clube), ele se desentendeu com o então presidente Paulo Amaral. Resultado: foi afastado por 28 dias e só voltou depois de pedir desculpas. “Foi um momento horrível. Se eu fosse presidente do São Paulo teria vergonha de dirigir um caso de uma maneira tão ruim. Quem pune um grande jogador de seu clube por 28 dias não está apto, na minha visão, a dirigir um clube como esse.”
Coincidência ou não, Rogério Ceni foi utilizado como cabo eleitoral na eleição do clube, em abril. O candidato da situação, Marcelo Portugal Gouvêa, renovou o contrato do goleiro (que venceria em julho) por quatro anos, às vésperas do pleito. Paulo Amaral, o presidente que afastou Rogério em 2001, era o candidato da oposição, mas desistiu da disputa dias antes. A participação de Rogério na política do São Paulo reforça as especulações de
que o goleiro pode tentar se tornar presidente do clube. “As pessoas comentam e perguntam, e eu quero, quando encerrar minha carreira, ajudar o clube de alguma maneira.” Mas como presidente, Rogério? “Acho possível, sim. Ninguém melhor que um atleta, que está há tempo no clube, para ajudar esse clube, pelo menos no futebol.”
Foto: Arquivo PLACAR
Venerado, respeitado, invejado por dirigentes, torcedores e colegas, Rogério Ceni, 31 anos, 14 de São Paulo, virou uma espécie de dono do time. É o capitão, cobrador de faltas, porta-voz, símbolo… No jargão futebolístico, ele manda prender e manda soltar no Morumbi.
Quando assumiu o São Paulo, uma das preocupações do técnico Cuca foi descobrir até onde ia a liderança de Rogério. “A sua liderança é necessária e ele a exerce até o limite que sua condição de jogador permite.” Então, vamos tentar descrever o que é essa “liderança exercida até o limite”. No São Paulo, desde que Rogério assumiu a camisa 1, em 1997, os presidentes mudam, os técnicos também, os jogadores nem se fala, e Rogério Ceni continua sendo o batedor de faltas e o capitão da equipe, não importa quem esteja ao seu redor — e até acima dele.
O único treinador a impedir Rogério de cobrar faltas foi Mário Sérgio, em 1998. “Quando cheguei ao São Paulo, chamei
ele para uma conversa. Expliquei meu ponto de vista; que as cobranças de falta expunham demais o time e que ele deveria aproveitar o tempo das faltas para aprimorar outros fundamentos. Ele não só aceitou como jamais tentou mudar essa situação”, diz Mário Sérgio.
O ETERNO CAPITÃO
Muitos treinadores consideram contraproducente entregar a faixa de capitão do time ao goleiro, pela dificuldade que um jogador da posição tem para dialogar e pressionar o árbitro durante a partida. Mas a tarja não sai do braço de Rogério Ceni… “Primeiro, não sou eu quem determina isso; é o treinador. Mas normalmente a faixa é dada ao jogador que está há mais tempo no clube — e que tem voz ativa, não adianta ser introvertido”, afirma.
Rogério diz se considerar amigo de todos no São Paulo. Entende que nem o fato de ganhar muito mais do que a maioria
(cerca de 180 mil reais mensais) seja motivo para discórdia. “Trato todo mundo bem. Procuro ser o mais repetitivo possível com os jogadores que chegam de outros clubes ou estão subindo das categorias de base”, diz. “Passei por tudo o que eles estão passando hoje. Fui conquistando meu espaço. Tive de entrar em campo 530 vezes para chegar nesta situação. Devo ser motivo de orgulho.”
De fato, a trajetória de Rogério no São Paulo é quase irreparável. Ela só teve um arranhão, em 2001, quando, por uma suposta proposta recebida do Arsenal (desconsiderada pela diretoria do clube), ele se desentendeu com o então presidente Paulo Amaral. Resultado: foi afastado por 28 dias e só voltou depois de pedir desculpas. “Foi um momento horrível. Se eu fosse presidente do São Paulo teria vergonha de dirigir um caso de uma maneira tão ruim. Quem pune um grande jogador de seu clube por 28 dias não está apto, na minha visão, a dirigir um clube como esse.”
Coincidência ou não, Rogério Ceni foi utilizado como cabo eleitoral na eleição do clube, em abril. O candidato da situação, Marcelo Portugal Gouvêa, renovou o contrato do goleiro (que venceria em julho) por quatro anos, às vésperas do pleito. Paulo Amaral, o presidente que afastou Rogério em 2001, era o candidato da oposição, mas desistiu da disputa dias antes. A participação de Rogério na política do São Paulo reforça as especulações de
que o goleiro pode tentar se tornar presidente do clube. “As pessoas comentam e perguntam, e eu quero, quando encerrar minha carreira, ajudar o clube de alguma maneira.” Mas como presidente, Rogério? “Acho possível, sim. Ninguém melhor que um atleta, que está há tempo no clube, para ajudar esse clube, pelo menos no futebol.”
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