A oposição do São Paulo, sem um nome forte, busca alguém descontente na situação para ser o seu candidato a presidente. E fez um convite a Julio Casares, o conselheiro mais bem votado em 2008, batendo todos os recordes anteriores. Inclusive o de Aurélio Miguel, até então o mais votado da história.
Casares reluta ao negar o convite, mas é enfático ao dizer que não aceitará. "Sou alinhado ao Juvenal e sigo a sua orientação. Vou apoiar o candidato da situação".
A procura por Casares foi baseada em um suposto mau momento que o vice-presidente de marketing estaria vivendo no clube. Responsável por ações ousadas - batismo tricolor, venda de grama do estádio, camisas personalizadas - Casares sempre esteve na mídia. E dela se afastou ao ser promovido. Deixou a diretoria de marketing e passou à vice-presidência.
"O Juvenal não aguentava mais a ambição dele e o rebaixou para cima. Foi para vice-presidente e não fala mais nada. Quem aparece agora é o Adalberto Batista, novo diretor de marketing", diz um conselheiro também eleito em 2008.
Casares desmente a análise. "Não é nada disso. Eu trabalho na TV Record e estou agora em uma área muito maior, com projetos enormes, quatro vezes maiores do que a anterior. Não podia mais ficar no dia a dia no clube e resolvemos que eu ficaria com um trabalho mais ligado à elaboração das ações de marketing enquanto o Adalberto fica na execução diária, o que está fazendo muito bem. Não há nenhuma divisão na situação".
O certo é que muita gente que apoia Juvenal não acredita na firmeza de Casares, E também é certo que a oposição vai continuar procurando um nome forte para a eleição. Já enviou sinais para Marco Aurélio Cunha, que não autorizou o avanço das conversas.
Marco Aurélio entregou recentemente o cargo de gerente de futebol a Juvenal Juvêncio. Ele está em rota de colisão com João Paulo de Jesus Lopes, diretor de futebol, e Carlos Augusto Baros e Silva, vice-presidente de futebol.
"Nossa relação é boa. Brigamos todos os dias. Eu sou de linha humanista, o João Paulo é cartesiano e o Leco é sanguíneo. Brigamos e nos acertamos", diz Marco Aurélio, com ironia. Ele ficou muito magoado quando, há poucos dias, em entrevista à rádio Jovem Pan, Leco fez questão de dizer que ele não faz parte da diretoria. "Ele é apenas um funcionário remunerado", disse Leco.
"Fui tratado como um qualquer, como se nada tivesse feito pelo clube", disse Marco Aurélio.
Se a oposição procura um nome, é evidente que a situação não vive um momento extremamente coeso. Há ciúmes e articulações políticas. Casares, Marco Aurélio, João Paulo e Leco são conselheiros. Podem ser candidatos à sucessão de Juvenal. E o velho coronel nada fala. Sua palavra sempre foi definitiva. Mas desta vez, nem todos parecem dispostos a aceitá-la.
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