Olá tricolores,

Vivemos uma fase difícil. Derrotas atrás de derrotas, sem contar o péssimo futebol que vem sendo apresentado. É realmente difícil procurar bons motivos em que se agarrar para ter um mínimo de esperança nessas semi-finais.

Compreendo que o momento não pede análises racionais, até porque todos estão angustiados com um possível novo fracasso na Libertadores diante de um clube brasileiro. Porém, nem tudo esteve errado quarta-feira passada no Beira-Rio. Nossa defesa estava lá, com disposição e entrega total para combater DURANTE 90 MINUTOS as investidas coloradas. E até que não fomos tão mal sucedidos.

Quando Rodrigo Souto disse que o Inter não teve muitas chances claras de gol, ele estava certo. Foi um ataque x defesa o tempo todo e, em nenhum momento, o ataque colorado conseguiu ficar livre da marcação são paulina. Ninguém de vermelho subiu sozinho na área para cabecear. Nenhum deles sobrou na frente do gol para chutar (exceto na bola espirrada do gol, claro). O máximo que os colorados conseguiram foram lances pelas laterais, em que Rogério Ceni, em mais uma brilhante partida na temporada, estava pronto para abafar.

Muito pouco separa o sucesso do fracasso. Basta lembrar que foi com a mesma postura defensiva que tivemos a maior glória da década, sendo tricampeões do mundo no Japão. Foi essa mesma defesa que permitiu o penta e o hexa no campeonato nacional.

Agora, por que eu disse no começo que o futebol apresentado foi péssimo então?

Simplesmente porque não tínhamos opção alguma de contra-ataque. O máximo que conseguiríamos ali era um 0x0. Marlos, Dagoberto e Fernandão frequentemente estavam no campo de defesa ajudando a marcação. Para quê? É aí que está o erro. A postura defensiva não está errada, mas sim a postura completamente defensiva. O São Paulo esqueceu que, com o critério do gol fora de casa, marcar gols na casa do adversário é quase tão importante quanto tomar poucos gols. E o São Paulo simplesmente abdicou disso, obrigando seus jogadores ofensivos a marcarem como se fossem volantes. Desperdiçamos a oportunidade do contra-ataque com isso. E cá entre nós, até o Once Caldas de 2004, com a maior retranca que já vi, conseguia emplacar contra-ataques no Morumbi.

Porém, apesar de tudo, a guerra não acabou. Não tomamos 3x0 lá não! Perdemos por 1 gol apenas. E amigos, o encontro agora é no Morumbi, um dos mais importantes templos futebolísticos do futebol sul-americano. Foi lá que revertemos inúmeros placares adversos diante dos maiores clubes do continente:

1992 - Copa Libertadores
Newell's 1 x 0 São Paulo
São Paulo 1 x 0 Newell's

1993 - Copa Libertadores
Newell's 2 x 0 São Paulo
São Paulo 4 x 0 Newell's

1994 - Copa Libertadores
Vélez Sarsfield 1 x 0 São Paulo
São Paulo 1 x 0 Vélez Sarsfield

2003 - Copa Sul Americana
River Plate 2 x 0 São Paulo
São Paulo 2 x 0 River Plate

2004 - Copa Libertadores
Rosário Central 1 x 0 São Paulo
São Paulo 2 x 1 Rosário Central

2006 - Copa Libertadores
Estudiantes 1 x 0 São Paulo
São Paulo 1 x 0 Estudiantes

2007 - Copa Sul Americana
Boca Jrs 2 x 1 São Paulo
São Paulo 1 x 0 Boca Jrs


A reviravolta começa agora, contra o Ceará no Morumbi. Hora de vencer, de dar um basta nas derrotas.

E quinta-feira, nação tricolor, quinta-feira é dia do verdadeiro São Paulo Futebol Clube entrar em campo. Clube com tanta camisa e tanta história na Copa Libertadores, clube de uma torcida apaixonada que irá superlotar o Morumbi ('el morumbi te mata') mesmo com a pífia campanha do time no segundo semestre, o clube da fé.

Precisamos de um mísero gol. Defesa nós temos.
Se estivermos em um dia iluminado e vierem mais gols para nós, ótimo. Que liquidemos dentro dos 90 minutos. Porém, 1 gol já nos dá sobrevida. E o que hoje é um pesadelo já começa a se tornar uma possível final de Libertadores. Não esqueçam que temos Rogério Ceni em grande fase no gol, El Legendário, que já pegou 3 pênaltis nessa temporada.

Força São Paulo!
1x0 foi muito pouco para nos derrubar. Os céticos que me perdoem, mas eu quero ver a história do tetra ser escrita no dia 05/08.


Carlos Barros
spfc.net