São Paulo perdeu de novo. Ainda está em ritmo de Copa do Mundo. Não voltou para o Campeonato Brasileiro.

Perdeu para o Avaí, no Morumbi, no meio de semana, 2 x 1 e agora há pouco caiu no Barradão diante do Vitória da Bahia, 3 x 2.

O Tricolor tem problemas para resolver.

O lugar de Miranda

Hoje o técnico Ricardo Gomes colocou novamente Miranda pelo lado esquerdo da defesa.

É onde o zagueiro joga melhor. Mas após a derrota para o Avaí eu perguntei ao técnico se não era melhor Miranda na esquerda e ele respondeu que tanto faz, ele joga bem em qualquer lado.

Parece que se convenceu que o lado melhor é mesmo o esquerdo.

Sem contar com Alex Silva, suspenso, escalou uma dupla de zaga no início da partida com Xandão e Miranda, mas depois que tomou o primeiro gol puxou Richarlyson para trás e voltou ao esquema com três zagueiros.

O Vitória abriu a contagem com Elkeson aos 13 do primeiro tempo numa grande bobeada da zaga sãopaulina na bola aérea.

Com três zagueiros, Jean que começou como lateral, teve liberdade para se transformar em ala e com muita coragem foi à frente e empatou o jogo aos 38 minutos entrando pelo meio e vencendo Viáfara.

O goleiro baiano não tinha feito nenhuma defesa até aquele momento.

Os velhinhos fazendo a diferença

Ramon, com 38 anos de idade e completando 200 jogos com a camisa do Vitória, mandava no meio campo tendo como coadjuvante Fernando, 32 anos de idade e muita rodagem no futebol nordestino e mundo árabe.

Eles não suportaram jogar 90 minutos, mas enquanto tiveram fôlego dominaram o setor para o time da casa.

O erro do outro veterano

Do outro lado, Rogério Ceni bobeou no segundo gol do Vitória.

Logo a um minuto do segundo tempo veio um novo cruzamento de Egídio pela esquerda, repetindo o trabalho do primeiro gol, e encontrou a cabeça de Schwenck, que ganhou de Júnior César e tocou para o gol.

Rogério Ceni ainda tocou na bola, mas não o suficiente para evitar o gol.

Falhou, calculou mal a jogada o goleiro sãopaulino.

Mesmo com esse gol logo no início do segundo tempo, o São Paulo tentou reagir.

O Vitória fez o terceiro gol num contra-ataque que nasceu de um chutão para frente que acabou em Ramon.

Com categoria o camisa 10 completou sua bela atuação batendo cruzado sem chance para Rogério Ceni.

Marlos é Fernandinho ou Fernandinho é Marlos?

O gol de Ramon aconteceu aos 12 do segundo tempo e o São Paulo diminuiu com Fernandão de cabeça, num escanteio cobrado por Hernanes, aos 16 minutos.

Portanto, o time tinha tempo para tentar pelo menos o empate e Ricardo Gomes tirou Marlos e Dagoberto e colocou em campo Fernandinho e Cléber Santana.

Marlos é um jogador enrolado. Ele corre com a bola entre as pernas, individualiza demais as jogadas e vive se enroscando em jogadas fáceis.

Quando tenta jogar de primeira a sua produção melhora. Isso é treinamento, é fundamento e depende da vontade dele e do trabalho do treinador.

Quando sai Marlos entra Fernandinho que tem muito de Marlos assim como Marlos também tem muito de Fernandinho.

A vantagem de Fernandinho é que joga pela esquerda e busca mais a linha de fundo.

Até consegue algumas jogadas, mas só prova que para ser considerado destaque do Brasileiro do ano passado é porque deve ter um empresário mais competente do que ele é dentro de campo

Marlos parece o Fernandinho branco e Fernandinho parece o Marlos preto. Eles são muito fracos para jogar em time de ponta do futebol brasileiro.

O peso da Libertadores na cabeça sãopaulina

Ricardo Gomes não admite, mas é preciso dar uma acalmada no elenco para não ter mais problemas ainda até os jogos da Libertadores contra o Internacional nas semifinais.

Até enfrentar o Colorado gaúcho, o São Paulo terá mais dois jogos no Brasileiro.

Quarta-feira que vem jogará, no Morumbi, às 19h30, contra o Grêmio Prudente e domingo próximo na Vila Belmiro contra o Santos, às 16 horas.

Alguns jogadores estão rendendo menos do que podem.

Fernandão chegou e tomou conta do time, mas isso foi ainda antes da Copa.

Jogadores como Rogério Ceni, Miranda, Rodrigo Souto, Hernanes e o próprio Fernandão podem dar essa ajuda ao treinador sãopaulino.

Se eles não melhorarem, o Internacional tem todas as chances de classificação para as finais da Libertadores.

A vida de Ricardo Gomes também terá problemas para dar sequência ao trabalho no CT da Barra Funda caso a equipe não siga em frente na competição sul-americana.