Nação do Maior do Mundo;

O São Paulo mais uma vez reabilitou um morto. No caso, uma galinha morta. E numa partida emocionante ao extremo, conseguiu perder mais um clássico nesta temporada e saiu do Pacaembu pressionado no Paulistinha, mesmo ainda no G4. Isso sem contar o importante jogo na Libertadores. decisivo, até.

O clube resolveu, mais uma vez, prestigiar de uma hora para outra o regional (apesar do jogo na Libertadores e da longa viagem ao México) e entrou com um time considerado titular em campo, a exceção de Cicinho (banco), Richarlyson (contundido) e Jorge Wagner (suspenso).

O primeiro tempo mais uma vez foi uma verdadeira desgraça. O tricolor assistiu a partida praticamente o período todo, descontando apenas aos 43 com Jean, aproveitando cruzamento de Dagoberto. Os detalhes da péssima apresentação do Maior do Mundo foi a expulsão de Washington e a falta de vontade do time, que entrou como se fosse um jogo qualquer. Isso para mim é reflexo da falta de postura no planejamento do clube, aliada com o perfil do técnico e dos jogadores que temos.
Veio a segunda etapa e Ricardo Gomes mexeu certo, tirando o nulo Léo Lima e colocando Fernandinho no lado esquerdo, para jogar em cima do péssimo lateral das frangas. Estava começando a dar certo quando, numa jogada de bola parada nosso capitão Rogério Ceni bateu roupa e permitiu um gol que não se pode permitir. O frango desnorteou o time mas, mesmo jogando sofrivelmente, a equipe conseguiu, com dois gols de Rodrigo Souto, empatar o jogo, muito ajudado pela fraquíssima defesa das frangas. Aliás, sabendo que o time de plumas e penas estava com o goleiro reserva, porque não chutaram mais no gol?

Quando tudo parecia terminar com um resultado ruim para as duas equipes aquilo que é do futebol… um gol absolutamente sem querer do adversário deu números finais ao jogo. Mais uma derrota em cleassico, mas o que para mim mais importa é que o time escancarou de vez a falta que faz um Lugano, um Josué, um Leandro Guerreiro, enfim, um jogador que não só mostre vontade dentro de campo, mas que também contagie os demais jogadores. Ou você acha que Hernanes, Souto, Santana e Lima tem essa pegada?

Oscilação sempre foi consequência de um padrão de jogo desencontrado. E o tricolor está oscilando demais desde o início da temporada. Não haveria resultado hoje que mascarasse esse desequilíbrio em campo, infelizmente.
Tecnicamente, a tabela do Paulistinha ainda nos favorece. Basta fazer o dever de casa contra o Botafogo no Morumbi e jogar para ganhar do já classificado Santo André em Piracicaba. Mas o que REALMENTE INTERESSA é que o time ainda não evoluiu, não saiu do papel e cada vez mais se complica nessa reta de chegada, tanto na Libertadores como no Paulistinha.

Agora não tem variáveis: Não pode nem pensar em perder do Monterrey, tem que ganhar os jogos restantes do Paulistinha e dar o troco no Once Caldas no Morumbi. Tudo isso e ainda convencer uma torcida apaixonada, vibrante que que não é e nem está acostumada a sofrer com o futebolzinho apresentado até então, seja com rodízio, seja sem rodízio.

Atenção diretoria que torce o nariz quando perguntam por que o time não ganha clássico: A cara deste time simplesmente reflete seus jogadores atuais, seu técnico e o seu planejamento. Uma equipe que não tem cacoete de decisão. Que não coloca o coração na chuteira nem assume a responsabilidade. Enfim, que não espelha de maneira alguma o que a torcida deseja do São Paulo, muito menos as cores e tradições do maior clube do Brasil.

Vocês mesmos, diretores do maior do Mundo, sabem que para conquistar uma Libertadores é preciso mais que bom futebol. É preciso ter uma equipe unida em torno de um ideal, com sangue nos olhos e muita vontade de vencer.

Isso é exatamente o que não estamos vendo em campo!

Saudações tricolores!

Nota dos personagens da partida:

Rogério Ceni Uma bela defesa no primeiro tempo e um frango no segundo tempo. Pela sua história de conquistas no clube nunca dou nota menor que seis. Hoje, pela falha, que considerei fatal, prefiro não dar nota ao maior goleiro artilheiro do mundo. Sem nota.

Jean Jogou tudo que sabe na lateral e fez até gol. Mas o que me deixa intrigado é, se Cicinho está tão fora de forma, os exames médicos não iriam acusar na sua avaliação antes de vir ao clube? Enquanto isso o Jean quebra o galho. Nota: 6,0

Alex Silva Mesmo com a infelicidade do gol contra, para mim foi um jogador bem regular no seu setor e na sua função. Nota: 6,0

Miranda Errou no segundo gol das frangas. Chutão também vale, xerifão! No mais fez uma partida boa, não dando chances para os dois atacantes adversários. Nota: 6,0

Junior Cesar Não está aproveitando as oportunidades que recebe. Desta vez podia dançar em cima do fraco lateral das frangas mas foi muito discreto. É bom ficar de olho com a concorrência de Carleto e até Diogo! Nota: 4,5

Rodrigo Souto Mal no primeiro tempo, como todo o time. No segundo avançou um pouco a marcaçnao e fez dois gols de cabeça na bola parada, sua especialidade no ataque. Para mim é titular deste meio. Nota: 10,0 (pelos dois gols, difíceis por ser um volante)

Hernanes É talentoso? É. Chuta com as duas pernas? Chuta. Mas as vezes mostra uma malemolência que está virando marca registrada desse meio-campo que ninguém chega ao ataque. Nota: 4,5

Cléber Santana Outro que encarou a partida de forma morna, coadjuvante demais. Nota: 4,0

Léo Lima Uma nulidade no primeiro tempo. Foi bem substituído. Nota: 3,0

Dagoberto Em uma das poucas jogadas de destaque, passeou no lado esquerdo e presenteou Jean para o primeiro gol tricolor. Fora isso foi o mesmo deste primeiro semestre: Correria, disposição, individualismo e pouca eficiência. Nota: 5,0

Washington Revendo várias vezes o lance, sua expulsão foi realmente injusta. Mas também não precisava se descontrolar na saída de bola e fazer o time ficar com dez naquela situação do jogo e também diante do Botafogo, no Morumbi. O time precisa dele, mas em campo! Atuou pouco e fica sem nota.

Fernandinho Alteração acertada no lugar de Léo Lima. Jogou no lado esquerdo e, aberto, melhorou o time. Precisa soltar mais a bola. Nota: 5,5

Cicinho Entrou no fim para tentar dar mais opção pela direita. Pouco produtivo. Nota: 5,5

Marlos Pouco tempo no jogo. Sem nota.

Ricardo Gomes Muito mais culpado por tudo que o SPFC não fez até agora que pelo jogo em si. Na boa, Ricardo. O time do São Paulo até agora não tem uma cara, não tem um perfil e nem postura vencedora, guerreira. E eu (e boa parte da torcida) não acredito que seja você o cara para dar essa pegada nessa reta decisiva. Mesmo com quase três meses de bola e os titulares, ainda não saímos do papel. Time técnico, frio e com um meio sem mobilidade alguma. Parece time de Curling, com um monte de meia esfregando, esfregando sem chegar ao gol… É assim que ganharemos alguma coisa? Temos opções no mercado: Autuori, Abel Braga e até Leão. É preciso uma atitude para colocar mais energia nesse time em campo. Desse jeito; só orando. Nota: 4,0

Diretoria A gente vinha alertando da importância do jogo no México pela Libertadores faz tempo. Parece que os diretores do São Paulo são aqueles apostadores de Las Vegas que arriscam tudo para levar tudo, mesmo correndo o risco de não levarem nada. Resultado: O time vai arrebentado fisicamente fazer uma viagem de DEZ horas a Cidade do México, esperar DUAS horas no aeroporto e pegar conexão para Monterrey. Mesmo ganhando o jogo de hoje, será que ninguém percebe que uma viagem dessas não deixa a equipe 100% para o que realmente interessa no momento? Nota ZERO (mais uma vez) para este planejamento.

Público Público ridículo para o tamanho deste clássico. Nenhm dos dois times dá a importância a este Paulistinha, ainda mais na situação que estão, isso é, cheio de problemas táticos.