Depois de meses de desentendimentos, a Fifa anunciou que está finalmente satisfeita com os planos apresentados pelo São Paulo para a reforma do Morumbi a fim de o estádio poder se candidatar à abertura e semifinais da Copa de 2014.

O desafio agora, alerta a entidade, será traduzir o que está no papel para a realidade. Mesmo indicando a aprovação ao projeto, a Fifa por enquanto não confirma se o Morumbi sediará uma das semifinais. A Fifa e o São Paulo mantiveram uma verdadeira batalha em torno do estádio. Os projetos entregues pelo clube nunca atendiam aos critérios da entidade. O secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, afirmou ao JT há menos de um mês que o projeto apresentado qualificava o estádio apenas para receber jogos da primeira fase da Copa e, no máximo, oitavas de final.

Segundo a assessoria de imprensa da Fifa, um novo plano foi entregue há poucos dias. “As informações que recebemos agora são boas e o projeto atende às nossas exigências. Pelo menos no papel, estamos indo na direção certa”, disse Valcke.

Ele insistiu que não quer ser visto como um “carrasco” dos objetivos de São Paulo. “Não queremos um conflito entre a Fifa e São Paulo. Nosso objetivo obviamente não é ver São Paulo fora da Copa. Nossas exigências são apenas para que um estádio fique bonito para a Copa. São critérios técnicos e de segurança que precisamos ver cumpridos para aprovar a obra”, disse. “Parece que, o que vemos, começa a nos levar no caminho certo.”

Valcke admite que as diferenças se tornaram uma “saga” entre a Fifa e o clube. Mas evitou dar detalhes sobre o que mudou entre um projeto e outro. “O São Paulo entendeu finalmente o que pedimos. Agora, o projeto está na linha que a Fifa propôs desde o início. O que recebemos é bom”, disse o secretário-geral.

Mas se o projeto foi aprovado, isso não significa ainda que o Morumbi já esteja garantido nas semifinais. “Isso vamos discutir depois e será uma decisão que caberá ao comitê organizador e à Fifa, em conjunto”, disse.

Para Valcke, o desafio a partir de agora será o de garantir na prática o que está aprovado no papel. “Precisamos garantir que não haja diferença entre o que está no papel e o que será feito.”

Sobre eventuais atrasos em obras dos estádios no Brasil, Valcke insinuou que começará a pressionar os organizadores a partir do meio deste ano, quando a Copa na África do Sul já estiver encerrada. “Agora estou focado na Copa de 2010. Faltam apenas 82 dias. O que preocupa agora é isso”, disse. No final de 2009, o próprio Valcke declarou que o Brasil “não podia mais perder tempo” em relação às obras.

Valcke também optou por não polemizar em relação ao Maracanã e o fato de que as obras estão atrasadas. “O estádio está dentro do prazo. E não entramos no debate sobre as garantias do governo. Não há preocupações em relação a 2014.”