O São Paulo vive uma temporada de altos e baixos. Do título da Supercopa do Brasil e do fim do tabu na Neo Química Arena, casa do rival Corinthians, à demissão de Thiago Carpini. Dos 13 jogos sem perder às quatro rodadas sem vitórias no Campeonato Brasileiro. A boa fase, porém, voltou. Depois de empatar com Internacional e Corinthians e perder para Cuiabá e Vasco, o São Paulo engatou duas vitórias seguidas no Morumbis: 2 a 1 sobre o Criciúma e 3 a 1 sobre o Bahia.
Os bons resultados levaram o Tricolor de volta ao G-6 do Brasileirão, o grupo que se classifica para a Libertadores do ano que vem. Mas o que foi feito para que o São Paulo retomasse o bom momento nesta temporada? Quatro atacantes
Dentro de campo, o técnico Luis Zubeldía aproveitou a ausência do meio-campista Rodrigo Nestor para fazer uma mudança que surtiu efeito. O atacante Ferreira foi titular nas duas últimas partidas. Jogou bem, deu assistência e fez gol contra o Bahia. A mudança dessa peça não colocou em campo apenas um jogador que estava no banco. Mudou, também, o esquema tático utilizado no São Paulo . Com Nestor na esquerda, o Tricolor jogava num 4-2-3-1, com Luciano e Lucas fazendo companhia para o meio-campista. Com Ferreira, o Tricolor passou a jogar num 4-2-4. Alisson e Luiz Gustavo são os volantes, enquanto Lucas, Luciano, Calleri e Ferreira se movimentam no setor mais ofensivo do campo para dar profundidade, criatividade e poder de fogo ao time. Tem dado certo.
As duas derrotas seguidas para Cuiabá e Vasco tiveram um ponto em comum: Zubeldía, por cautela para evitar lesões musculares, poupou titulares. No primeiro jogo, no Morumbis, Lucas, Luiz Gustavo e Nestor ficaram no banco de reservas e entraram no segundo tempo. Depois, fora de casa, Arboleda e Luciano sequer viajaram para o Rio de Janeiro. O receio da comissão técnica de perder jogadores por lesões musculares foi debatido internamente na segunda-feira seguinte à derrota para o Vasco. E o rodízio de atletas foi encerrado. O São Paulo entrou em campo com a mesma escalação nas últimas duas vitórias, contra Criciúma e Bahia, mesmo com apenas dois dias de intervalo entre as partidas. O entendimento interno é de que o Tricolor precisa correr riscos para se manter na parte de cima da tabela do Campeonato Brasileiro. Com os dois resultados positivos, o time voltou para o sexto lugar, com 21 pontos.
Encaixes em campo A entrada de Ferreira foi importante, mas a maneira como os jogadores se encaixaram em campo foi fundamental para que o São Paulo conseguisse voltar a vencer no Campeonato Brasileiro. No passado recente, o debate sobre como Zubeldía escalaria o Tricolor com Lucas e Luciano, que gostam de jogar pelo meio, se tornou rotina. Zubeldía "recebeu" Lucas de volta do departamento médico na vitória sobre o Talleres, no Morumbis, e escalou o atacante pela direita, como um meia. Ele não foi bem. O mesmo aconteceu nas partidas contra Cruzeiro, Internacional e Corinthians. Contra o Vasco, sem Luciano, Lucas atuou centralizado, mas numa formação diferente, com três meias e dois atacantes (André Silva e Calleri). Também não deu certo. Com a entrada de Ferreira, Lucas foi novamente deslocado para a direita, onde não vinha conseguindo render. Mas melhorou. Por causa de um encaixe com os quatro atacantes mais livres para se movimentar, o camisa 7 tem tido liberdade para "flutuar" pelo meio e não fica tão preso à ponta direita.
Agora sem Luciano, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o São Paulo entra em campo novamente nesta quarta-feira para enfrentar o Athletico, às 21h30 (de Brasília), na Arena da Baixada.
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