Imagem: Rubens Chiri/saopaulofc.net
Muito antes de a pandemia do coronavírus paralisar as competições e agravar as finanças dos clubes, o São Paulo já vivia um momento turbulento em seu caixa. Apesar de ter prometido acabar com instituições bancárias até o fim de 2019, o clube abriu 2020 com débito de R$ 106 milhões com tais entidades.
Tal situação também se refletiu nos meses seguintes. Por isso, o clube chegou a atrasar os salários do time profissional e os direitos de imagem também antes que os torneios fossem interrompidos. Agora, o problema ficou ainda mais complexo, porque a receita foi reduzida pela quarentena.
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Segundo apurou o UOL Esporte em relatório financeiro do clube, de junho até o fim do ano tinham parcelas em aberto previstas de R$ 2 milhões, do Banco Paulista S/A, de cerca de R$ 9 milhões com o Banco Rendimento S.A.; de R$ 6 milhões com o Banco Daycoval S/A., de R$ 17,9 milhões do Banco Inter; 10,5 milhões do Banco BGM S/A; de R$ 14,4 milhões do Banco Bradesco S.A..
Vale destacar que o clube já tinha de ter pagado prestações dos meses anteriores. Há ainda um débito de R$ 7,7 milhões com o Bradesco que vence em outubro de 2021, quando clube já será gerido por outro presidente, pois o mandato de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, vai até o fim deste ano.
O São Paulo já teve problemas com suas finanças em 2019 e fechou a temporada com déficit de R$ 156 milhões. A situação chegou a tais patamares por alguns motivos. No decorrer deste período, os dirigentes do clube chegaram à conclusão de que era o momento de mudar os rumos e fazer um investimento maior no time para tentar dar um salto de qualidade e conquistar títulos. Por isso, jogadores mais caros e com salários mais altos foram contratados. Assim, não poderia ser cumprida a meta de zerar a dívida bancária.
Por outro lado, o rendimento do time não foi o esperado em 2019. O São Paulo deixou a Copa Libertadores antes da fase de grupos e a Copa do Brasil logo em seu primeiro mata-mata. Tais quedas refletiram em uma baixa de aproximadamente R$ 25 milhões em relação ao projetado para aquela temporada.
As receitas de TV também tiveram desempenhos inferiores aos orçados por causa das quedas nos torneios. Eram projetados R$ 118 milhões e foram atingidos R$ 65 milhões, segundo relatório da diretoria. Por isso mesmo, o São Paulo precisou aprovar cerca de R$ 37 milhões em empréstimos bancários.
O número de jogadores vendidos também ficou aquém. Até o momento, o clube arrecadou mais com as vendas de Morato (R$ 27,3 milhões) e Rodrigo Caio (R$ 22 milhões) — sendo que tinha sido projetado receber R$ 120 milhões com transferências.
Para completar, o São Paulo ainda fez acordos judiciais referentes ao caso Ricardinho, em que deve pagar R$ 30 milhões e mais R$ 25,7 milhões para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
São Paulo, Bancos, Paralisação, Futebol, SPFC
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