Foi sem dúvidas um belo resultado. Mas o futebol, bem como o entrosamento, ainda está em evolução.
Mesmo tomando sufoco em alguns momentos da partida o Maior do Mundo, invicto a 22 partidas, fez valer sua categoria e venceu o bom e rápido time do Guarani no Brinco de Ouro da Princesa, palco de nosso segundo título brasileiro, em 1986.
O primeiro tempo foi muito pegado. Tanto Guarani como São Paulo duelavam pelo meio-campo, com ligeira vantagem do adversário por ter mais homens no setor. O Maior do Mundo, seguro na defesa, errava muitos passes, principalmente com Zé Luis, Jorge Wagner, Hernanes e Hugo, que até lateral conseguiu errar. O ataque exterminador quase marcou nas raras oportunidades, principalmente com Borges, que enfiou um petardo na trave após bela assistência de Washington. Placar justo.
O segundo tempo caminhava para a mesma toada do primeiro, com ligeira melhoria do Bugre, sempre no lado direito do campo. Jorge Wagner não conseguia impedir as descidas dos rápidos jogadores campineiros. Aí veio a mexida “lógica” e providencial de Muricy. Nosso técnico reforçou o setor com Richarlyson no lugar do inoperante Hugo e deu mais mobilidade na frente com Dagoberto no lugar de Borges.
O time melhorou sensivelmente. A direita não era mais aquela festa bugrense e Jorge Wagner ganhou mais liberdade para avançar. Numa dessas jogadas, ele colocou com açúcar a bola para Washington. O zagueiro Plínio, talvez com medo do W9 tricolor, colocou a bola para dentro antes do coração valente. 1×0 São Paulo.
O gol desestabilizou o Guarani e deu força ao estilo do São Paulo em campo. A defesa continuava segura e, numa linda jogada de Washington, Dagoberto e Hernanes, o último teve categoria e tranquilidade para decretar o placar final, no apagar das luzes.
Belo teste para o tricolor. O Guarani é muito jovem e rápido, além de contar com uma torcida tradicional que, além de ter lotado o estádio para empurrar o time, não precisa criar delírios fashionistas como camisas verde limão. Tradição é tradição.
Os destaques de todo o jogo, para mim, foram Jean (cada vez mais garantindo sua vaga), Dagoberto (boa mobilidade) e a defesa, sobretudo o “MONSTRO” André Dias, disparado o melhor em campo.
Seguimos evoluindo, apesar de não utilizar os lados do campo como eu desejo. Falta também mais criação no meio-campo. A entrada de Dagoberto no lugar de Hugo foi bacana pois pegou o adversário mais cansado no mano a mano com o rápido atacante.
Os dois próximos jogos são no Morumbi, e eu acredito que estaremos com um esquema definido para a estréia na Libertadores. Muricy já deve ter um time em mente. E ele deve ser muito próximo do time que vimos em campo em Campinas.
Vai (tem que) melhorar bastante. Mas tá bom para o começo!
Saudações tricolores!
Nota dos personagens da partida:
Bosco Quando foi acionado, correspondeu. Nota: 7,5
Zé Luis Partida tímida no ataque. Firme na marcação. Nota: 6,0
Renato Silva Muito seguro. Vem provando que foi uma boa contratação. Nota: 8,0
André Dias Um MONSTRO! Partida perfeita. Nota: DEZ
Miranda Boa partida. Um pouco mais viril que o de costume. Nota: 8,0
Jorge Wagner No primeiro tempo foi uma avenida para o ataque do lado direito do Bugre. Além disso errou passes demais. No segundo tempo, após a entrada de Richarlyson, teve mais liberdade para avançar e foi importante no primeiro gol. Nota: 6,5
Jean Parece que não teve férias de tão em forma que está. Para mim, titular da posição. Nota: 9,0
Hernanes Um primeiro tempo abaixo de sua média. No segundo tempo avançou com as mexidas do time e fez um golaço. Nota: 7,0
Hugo Partida apática de tão tímida… O setor dele é importantíssimo e hoje não funcionou. Nota: 4,0
Borges Um tiraço na trave no primeiro tempo, bons trabalhos de pivô e só. No segundo tempo foi substituído para a entrada de Dagol. Nota: 5,5
Washington Um primeiro tempo regular como Borges. No segundo tempo fez o que se espera dele; um “quase gol” (que foi anotado para Plínio) e o início da jogada magistral que culminou com o golaço de Hernanes. Nota: 8,0
Dagoberto Mudou novamente a cara da partida com sua velocidade. Aos poucos a cabeça do Muricy vai clareando (ou confundindo ainda mais)! Bela jogada no segundo gol. Nota: 9,0
Richarlyson Taticamente foi a mudança que transformou o tricolor. Com a sua entrada, Jorge Wagner teve mais liberdade e a ala direita do Guarani parou. Nota: 8,0
Arouca Só entrou em campo. Sem nota.
Muricy Ramalho A vitória teve o seu dedo. Mexeu muito bem no segundo tempo e contou com o talento individual de seus jogadores, principalmente os da defesa. O time está evoluindo e, daqui a três partidas, segundo o próprio técnico, veremos um São Paulo bem mais formado. Nota: 9,5
Trio de arbitragem Boa apresentação.
Torcida Muito boa a participação da torcida do Maior do Mundo. Parabéns aos que foram ao Brinco. Nota DEZ!
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