Muricy Ramalho renovou contrato até o fim de 2010 com o São Paulo . E falou sobre o casamento de sucesso, que tem tudo para completar cinco anos ao fim deste novo vínculo, algo raro hoje em dia no futebol brasileiro. Em uma conversa rápida com o presidente Juvenal Juvêncio, ele acertou a permanência, mas com "pouco aumento".



- É uma parceria certa no futebol, encontrei dirigentes que pensam como eu sobre o sucesso de uma sequência de trabalho. Esse casamento vai durar mais um pouco. A conversa com o seu Juvenal foi de cinco minutos, e ele reconhece meu trabalho, mas claro que me dá muito pouco em termos financeiros (risos), perco sempre. Vale a confiança que ele tem em mim - divertiu-se o comandante.



O fato de não ter imposto uma multa rescisória no contrato mostra que Muricy não tem pretensões de deixar o São Paulo antes do fim do novo vínculo. Para o treinador, o mais importante é ter crescimento e credibilidade, e não adianta mudar de clube para ganhar mais se o trabalho não terá consistência.



- As pessoas têm que ser livres. Aqui não tem multa. No primeiro contrato, quis fazer só de um ano para que me conhecessem. Depois acertamos por mais tempo. Sempre tenho propostas maiores, às vezes mais que o dobro. Mas a gente acompanha bons treinadores que caíram tanto por trocar muito de clube. Estou no mercado há muitos anos porque escolho bem.


A identificação de Muricy com o São Paulo lembra a de seu mentor na profissão: Telê Santana, que ficou por seis temporadas consecutivas no Tricolor. O atual treinador, que vê hoje poucos profissionais que representem uma camisa de verdade, não esquece das palavras do mestre.



- Não só eu, mas o Rogério, o Marcos, várias pessoas se identificam com seus clubes. O Telê ficaria mais tempo, pelo menos uns sete, porque estava me formando. Só que ficou doente. Ele dizia que a perfeição era difícil de ser atingida, mas tinha que traçar uma linha para caminhar perto dela. Estou há três anos aqui, é uma vitória, pois vem um resultado ruim e os apaixonados querem mudar tudo. Tenho como meta cumprir contratos, e cinco anos aqui seria um recorde.