O São Paulo enfrenta uma situação financeira delicada, acumulando um déficit de R$ 191 milhões entre janeiro e setembro de 2023. Durante esse período, a dívida total do clube aumentou de R$ 666 milhões para R$ 886 milhões. Essas informações foram apresentadas em um parecer complementar do conselheiro Paulo Affonseca de Barros Faria Neto, que foi compartilhado pelo pesquisador Alexandre Giesbrecht em suas redes sociais, e confirmado pelo site ge.
O documento, assinado em 18 de novembro, expressa preocupações com o crescente endividamento do clube, que já se aproxima do dobro do orçamento anual previsto. Um dos pontos destacados foi a baixa realização de receitas provenientes da venda de atletas, que esperava-se serem de R$ 108 milhões, mas apenas R$ 73 milhões foram efetivamente concretizados. Além disso, as despesas com pessoal e direitos de imagem superaram o valor orçado em R$ 30 milhões. Em comparação, o clube já registrou um déficit menor de R$ 62 milhões no ano de 2023.
Nesta semana, durante um evento promovido pela CBF, o presidente do São Paulo, Julio Casares, admitiu que o déficit é considerável, embora não tenha revelado números específicos. Segundo ele, a pesada situação financeira é resultado da decisão da diretoria de recusar propostas por jogadores importantes no ano anterior, quando o clube se destacou ao vencer a Copa do Brasil. Casares comentou: “Claro que é ruim terminar o exercício com déficit muito alto, mas o São Paulo ao priorizar aquelas disputas... Eu me lembro que antes da final contra o Flamengo tínhamos propostas para quatro jogadores titulares. Naquele momento, eu iria terminar o ano com superávit se tivesse vendido. Mas, naquele momento, era muito importante a conquista. Corremos riscos”.
A partir do próximo ano, o São Paulo terá que adotar medidas rigorosas para evitar novos déficits. Essa exigência é parte das regras estabelecidas pela criação de um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), que foi instituído com o propósito de sanar as dívidas bancárias do clube. Entre as condições impostas está um teto de R$ 350 milhões para investimentos no futebol.
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