O São Paulo, faz cerca de duas semanas, acertou o preço da transferência de Nilmar com o Villareal.
Pretendia arrecadar parte do valor combinado com o time espanhol pelo sistema de crowdfunding ( contribuição de torcedores ).
O vazamento da informação sobre o crowdfunding não repercutiu bem e deixou a direção preocupada.
O clube tem os 10 milhões de euros para investir, mas vai se apertar de maneira arriscada, pode comprometer as contas do clube se o fizer.
E a direção do São Paulo repudia a possibilidade de perder o controle da situação econômica da instituição.
Por isso tenta viabilizar o pagamento ao Villareal doutras formas.
Li na imprensa que o salário de Nilmar é outro entrave para definir a contratação.
Se os valores divulgados na mídia estiverem corretos, Nilmar receberia o maior salário do elenco.
Não é necessário ser muito perspicaz para saber que a direção são-paulina não aceitará isso, pois a situação pode gerar problemas internos no grupo de atletas.
João Paulo de Jesus Lopes e Juvenal Juvêncio, quando o saudoso Marcelo Portugal Gouveia era presidente, viram isso acontecer na contratação de Ricardinho.
O diretor de futebol Adalberto Batista, que negocia com o staff de Nilmar, então propôs o teto salarial do clube.
E ouviu o “não”
No último final de semana a negociação estava descartada no Morumbi, mas o procurador de Nilmar quis retomá-la na segunda-feira.
Ontem, no Cartão Verde, o próprio João Paulo de Jesus Lopes (vice de futebol), um dos cartolas mais cautelosos quando a direção cogita a possibilidade de gastar fortunas em boleiros, confirmou que o São Paulo chegou a desistir de Nilmar, foi procurado e recomeçou as conversas.
Ele está pessimista no que diz respeito ao sucesso da negociação.
Opinião
Nilmar, se contratado, jogaria como segundo atacante e formaria uma dupla de ataque muito forte com Luís Fabiano.
Com o atleta do Villareal, o São Paulo, que já possui um time mais forte que os dos últimos anos, ficaria ainda melhor.
Só que a diretoria não pode cometer a insanidade de gastar o dinheiro que vai faltar lá na frente na hora de pagar os salários e outros compromissos com seus funcionários boleiros.
Isso pode comprometer o rendimento de todos os jogadores, acabar com a credibilidade da instituição e atrapalhar futuros negócios.
Outro detalhe fundamental.
O São Paulo está certo caso tenha levado em conta a questão do teto salarial.
Nenhum atleta, no Morumbi, pode ganhar mais que Rogério Ceni e Luís Fabiano, ídolos da torcida e com história no clube.
A direção deve, sim, fazer todo esforço para contratar Nilmar, pois ele realmente contribuirá bastante para o sucesso do time.
Mas entre o empenho máximo e a loucura, ao menos neste caso, há um abismo.