Ex-dirigente apoia Juvenal, mas vê retrocesso e sugere Leão ao São Paulo

Ex-dirigente apoia Juvenal, mas vê retrocesso e sugere Leão ao São Paulo

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Marco Aurélio Cunha, que deixou a superintendência de futebol do São Paulo em janeiro, está incomodado com o momento difícil vivido pelo clube. Apesar de apoiar o presidente Juvenal Juvêncio, o ex-dirigente discorda de várias decisões tomadas pelo departamento de futebol nos últimos anos, principalmente na escolha de treinadores. Depois de torcer o nariz para as apostas em Sérgio Baresi, Paulo César Carpegiani e Adilson Batista, ele acredita que o desempregado Emerson Leão tenha condições de apagar o incêndio no clube.

"Primeiro tentaram com o Baresi, o que foi um absurdo. Não pela pessoa, mas pela novidade. Depois tentaram consertar com o Paulo César Carpegiani e não deu. Aí trouxeram o Adilson, que é ótimo, mas está em um momento ruim de sua carreira", apontou o vereador Marco Aurélio, em entrevista à Gazeta Esportiva.Net. "Um bom nome é o Emerson Leão. Ele está disponível, resolve a curto prazo e o São Paulo precisa conquistar a Libertadores".

Marco Aurélio foi voto vencido quando Juvenal decidiu demitir Muricy Ramalho após a queda na Libertadores-2009 e também não concordou com a saída de Ricardo Gomes, que não teve seu contrato renovado após perder a Libertadores-2010. Segundo ele, a saída do atual vascaíno marcou também sua perda de influência em relação ao mandatário.

O ex-dirigente, que tem o desejo de se tornar presidente do clube no futuro, garante que não negocia com a oposição e se coloca ao lado de Juvenal - em quem votou nas últimas eleições. O que o desagrada é a importância que o mandatário dá a seus pares. Quando saiu, Marco Aurélio disse ter "ideias diferentes" das de Carlos Augusto de Barros e Silva e João Paulo de Jesus Lopes. "Pedi demissão porque as coisas que eu falava não eram mais ouvidas", diz.

Leia a entrevista com o ex-superintendente do São Paulo

GE.Net: Após a derrota para o Atlético-GO, você postou no Twitter que o São Paulo está cometendo erros que antes não cometia. Que erros são esses?
MARCO AURÉLIO: O São Paulo optou por mudanças, o que é absolutamente legítimo em qualquer clube. Mas se vai mudar, que busque um modelo mais seguro. O São Paulo muda por mudar. Primeiro, tentou o Baresi, o que foi um absurdo. Não pelo Baresi, mas pela novidade. Depois tentou consertar com o Carpegiani, não deu. Aí trouxeram o Adilson, que é ótimo, mas em um momento ruim da sua carreira. Houve mudanças de comissão técnica e isso tudo reflete muito nos resultados.

GE.Net: Acha que sua saída pode ter influcienciado?
MARCO AURÉLIO: Eu não falo de mim, quem tem de falar são vocês [imprensa]. Seria advogar em causa própria. Posso dizer que a saída do Carlinhos [Neves, preparador físico] foi importante, a mudança de modelo de uma comissão técnica estável também. Não pode mudar para fazer experiência. Pela grandeza, o São Paulo vai conseguir superar esse momento e tenho que dizer que o Adalberto [Baptista, diretor de futebol] tem se esforçado.
NOTA DA REDAÇÃO: Além de Carlinhos Neves, que foi substituído por Riva Carli e depois pelo atual preparador, Zé Mário Campeiz, também foram demitidos o fisiologista Turíbio Leite de Barros e o analista de desempenho Wellington Valquer.

GE.Net: Tem alguma sugestão de treinador?
MARCO AURÉLIO: Não gosto de dar palpite, mas um bom nome é o Emerson Leão. Ele está disponível, resolve a curto prazo e o São Paulo precisa conquistar a Libertadores. O São Paulo tem que pensar bem no que vai fazer. Tem que ter uma estratégia. Não adianta fazer uma coisa agora e depois ficar remendando.

GE.Net: Você acha que a diretoria pode ir atrás do Leão? Ainda tem influência para sugerir o nome dele?
MARCO AURÉLIO: Não tem chance. Eu converso com o presidente Juvenal sempre, mas só falo sobre coisas institucionais. Não falo de futebol. Ele escolheu os nomes dele, que são Adalberto e João Paulo, e eu aprendi que palpiteiro sempre atrapalha. O futebol deve ser gerido por quem está lá, vivenciado situações, sofrendo com as dificuldades, sentindo o vestiário.

GE.Net: Quando começou a desandar?
MARCO AURÉLIO: Quando saiu o Ricardo Gomes. Um técnico sair é a coisa mais normal do mundo, mas o Ricardo é um profissional correto e competente. Disseram que o futebol não era bom, mas quem joga bom futebol no Brasil? Talvez o Botafogo ou o Vasco. Nem o Corinthians que lidera é unanimidade. O Ricardo ia fazer um São Paulo melhor, com certeza. Tiraram o Ricardo para colocar um treinador da base. Depois disso, vi que não adiantava mais dar opinião. Não tenho absolutamente nada contra o rapaz, mas que trouxessem um cara com o mesmo respeito, que fizesse um trabalho a longo prazo.

GE.Net: O Ricardo Gomes foi o último a dar certo?
MARCO AURÉLIO: Estava tudo arrumado. O São Paulo perdeu a vaga no Mundial de Clubes por um gol que tomou fora de casa [na semi da Libertadores, contra o Inter. Como o adversário da final seria o mexicano Chivas, a vaga no Mundial já estaria garantida]. O Ricardo pegou a equipe lá embaixo e só não ganhou o Campeonato Brasileiro em 2009 porque fomos roubados no tribunal, teve aquele pênalti contra o Flamengo que o Rogério defendeu e mandaram voltar...

GE.Net: Foi esse episódio que te fez pensar em sair?
MARCO AURÉLIO: Eu pedi demissão porque as coisas que eu falava não eram mais ouvidas. Saí respeitosamente, não fiz barulho nenhum. Deu o meu momento e saí, mas continuo colaborando. Eu ajudei a indicar o João Filipe. O Milton [Cruz, auxiliar técnico] me ligou e eu falei que podia pegar, por causa dessa, dessa e daquela qualidade, mesmo sendo reserva do Botafogo. Colaboro quando me perguntam, mas não vou lá dar minha opinião.

GE.Net: Acha que o Juvenal Juvêncio está sendo cobrado demais por causa do terceiro mandato?
MARCO AURÉLIO: Esse peso ele pegaria de qualquer jeito se o clube perdesse, jogando bem ou mal. Eu quero defendê-lo nesse ponto. A derrota nivela todos por baixo. Se o Rogério tomar gols em bolas defensáveis, o pessoal vai esquecer tudo que ele fez. O pessoal tem essa má vontade com grandes nomes e o Juvenal poderia ter passado sem isso. Mas se ele quis continuar, quis o terceiro mandato e se o clube entendeu que seria útil, está certo.

GE.Net: Você era favorável à permanência dele?
MARCO AURÉLIO: Eu aconselhei que ele não ficasse, mas votei pela permanência. Ele fez uma coligação tão grande que não havia adversário. Apoiei pela experiência que ele tem e continuo apoiando. Só acho que ele deve descentralizar um pouco. Concordo que o futebol tem que ser mais fechado, ele está certo em acreditar nos dois ou três em quem ele confia, mas em outras questões poderia ouvir mais gente.

GE.Net: Ainda dá para ser campeão?
MARCO AURÉLIO: No Brasileiro, não dá mais. Na Sul-americana ainda dá, porque em todo mata-mata quem tem camisa forte tem grande chance. O São Paulo tem um grande elenco, o Adilson é que não conseguiu acertar. Houve contusões, suspensões... O Denilson foi expulso três vezes, o Luis Fabiano demorou a jogar, o Juan também ficou suspenso, a zaga toda machucou... É difícil mesmo.

GE.Net: O Corinthians está adotando o modelo correto?
MARCO AURÉLIO: Nem tanto. O Corinthians acabou de trocar o preparador físico também [saiu Eduardo Silva, entrou Fábio Mahseredjian]. Eles têm o modelo deles. São influenciados por torcida organizada, o clube é dirigido de forma secundária pela torcida. No São Paulo não é assim, isso nunca vai existir. O Corinthians está se organizando no ponto de vista da estrutura e isso faz o futebol se nivelar. Eles estão construindo o que nunca tiveram, dando condições de trabalho aos profissionais, com um departamento médico muito qualificado, com bom centro de treinamento. Mas abandonaram um pouco a base. O São Paulo jamais vai abandonar e está cada vez investindo mais em Cotia. O Corinthians largou e acho que mais para frente isso vai ser sentido.

GE.Net: E o seu sonho de ser presidente? Continua de pé?
MARCO AURÉLIO: Acho que sou um bom nome, por que não? O que me descredenciaria? Nada. Sou sócio há muitos anos, vivi muito tempo lá dentro, tenho currículo extenso e conhecimento profundo. Passei por uma eleição na capital e fui eleito com 38 mil votos, sou vereador e corregedor na Câmara, sou líder do meu partido [DEM-SP]. Alguma coisa eu sei fazer, não é? Além do São Paulo, passei por outros nove clubes e pela Seleção Brasileira, além de seleções de outros lugares.

GE.Net: Esse plano tem data para virar realidade? Acha que tem força política no São Paulo para ser eleito?
MARCO AURÉLIO: Não há planejamento. Isso é questão de tempo, de pessoas, de momento. De repente, sou reeleito vereador e o próximo prefeito me convida para alguma coisa. Minha vida pública está em aberto, mas penso em ser presidente porque tenho conteúdo suficiente e não me omito. Essa eleição é mista. Parte dos votos vem dos sócios e outra parte do Conselho. Não acho que tenha alguém melhor, acho todo mundo muito bom, muito parecido. Podem escolher entre A, B, C ou D. Eu seria uma dessas letras.

GE.Net: Tem um último recado?
MARCO AURÉLIO: As pessoas costumam falar que vou para a oposição e não é assim. O próprio Juvenal já disse que a oposição acabou, que hoje é composta por meia dúzia. Não concordo, acho que ainda é voz importante, mas não sou de oposição. Sou de situação. Não quero que pensem que fico negociando com a oposição. Não faço isso. O que quero é o São Paulo com as melhores figuras, independentemente da ala. Não quero parecer oportunista. Estou solidário, acho que o mau resultado faz parte.

Fonte:Espn/Gazeta Esportiva

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