Um esquema clandestino envolvendo diretores do São Paulo foi revelado através de áudios que indicam a venda ilegal de camarotes durante shows no Morumbi. O presidente do Conselho Deliberativo, Olten Ayres, decidiu encaminhar o caso à Comissão de Ética do clube na manhã desta quarta-feira, seguindo a exposição do caso feita pela mídia. Em uma entrevista, Olten comentou que anexou informações sobre a abertura de sindicâncias, uma interna e outra externa, para investigar os fatos.
Os diretores envolvidos, Douglas Schwartzmann e Mara Casares, optaram por se licenciados de seus cargos em meio a essa polêmica. Olten expressou sua confiança na capacidade e imparcialidade da Comissão de Ética, que é composta por cinco membros, incluindo o presidente Antônio Maria Patiño Zorz, um respeitado juiz de direito. Ele ressaltou que a confiança foi depositada considerando o histórico e a integridade dos integrantes da comissão.
A Comissão de Ética recebeu pedidos de investigação não apenas de membros da gestão atual, mas também de grupos políticos da oposição. Na última terça-feira, o grupo Participação, associado ao presidente Julio Casares, formalizou sua solicitação por uma investigação e formulou questionamentos ao Conselho Deliberativo.
Em declarações feitas em áudios exclusivos, Douglas e Mara reconheceram sua participação na gestão ilícita do camarote do Morumbi, especificamente durante um show da cantora Shakira em fevereiro deste ano, e um dos diretores admite ter lucrado com essa atividade. As conversas sugerem uma rede de confiança entre eles, com promessas de ganhos que foram aceitas sob a crença de que eram atividades seguras.
De acordo com o Estatuto Social do São Paulo, sócios do clube podem enfrentar penalidades severas por infrações, que podem incluir advertências ou até a eliminação. O Regimento Interno estabelece que causar danos à imagem do clube pode resultar em suspensão de até 270 dias, sendo a gravidade da conduta um fator determinante na definição das punições.