(Foto: Cassiano Marques/Divulgação)


A baixa temperatura e a altitude (de 3.660m) da Bolívia não foram empecilhos para um grupo que saiu de Rio Branco (AC) determinados a torcer pelo São Paulo na partida contra o Bolívar, em La Paz, na última quarta-feira. Mesmo com o "apagão" que o time apresentou durante o jogo após estar vencendo por 3 a 0 e a consequente derrota diante do clube boliviano (4 a 3), os torcedores vibraram com a classificação do Tricolor no Grupo 3, da Taça Libertadores.

Mas para chegar em La Paz, os quase 20 torcedores se dividiram. Alguns foram de avião e outros por terra. Eles são da embaixada são-paulina acreana. De Rondônia, também eram aguardados alguns tricolores, que acabaram não indo. As embaixadas são unidas, tudo para incentivar os jogadores do time do coração.

Elas se orgulham de não cobrarem mensalidades dos cerca de mil torcedores integrantes. Nem de longe querem ser chamadas de torcida organizada. A primeira missão do ano destes apaixonados pelo Tricolor Paulista era ver o time do coração bem de perto. Até porque, entre eles poucos já tiveram este privilégio. Na bagagem, além de uma faixa gigante - exposta durante a partida -, o grupo levou uma camisa para presentear o goleiro e ídolo Rogério Ceni.


A saga

O grupo de torcedores chegou em La Paz um dia antes da partida, mas como o elenco se concentrou em Santa Cruz de La Sierra (cidade vizinha), eles não acreditavam na possibilidade do encontro. Então, no dia do jogo, quase todos foram conhecer o lago Titicaca. Mas três sortudos ficaram para comprar algumas coisas para levar ao estádio.

- No táxi tive a ideia de perguntar onde ficava o hotel onde outros são-paulinos estariam hospedados. No local, percebemos uma movimentação da imprensa. Como eu estava de blazer com o símbolo do SPFC, a atendente achou que eu fazia parte do time e me deu todas as informações – relata Wesley Jucá, de 27 anos, membro da diretoria da embaixada no Acre.

Daí em diante foi só aguardar aproximadamente 1h30m. Apesar do cansaço provocado pela viagem, Rogério, Luis Fabiano e outros jogadores do elenco não deixaram de receber os apaixonados torcedores.

- Falei para os meus amigos que deveríamos buscar pela pessoa certa a falar. Foi quando vi o assessor de imprensa do time, o Juca. Então, nós explicamos a situação e ele nos levou até o Rogério, Luis Fabiano e todos do elenco. Foi emocionante. Eles aparentavam bastante cansaço, mas nos atenderam prontamente - relata Wesley.

Além de entregar a camisa feita especialmente em homenagem à Rogério Ceni, os torcedores também tiraram fotos para registrar este momento inesquecível.

Na opinião de Wesley, a ansiedade acabou. Filho de pai corintiano e mãe flamenguista, ele afirma que se identificou com o São Paulo desde a infância. Ele exaltou o arqueiro do time.

- Ter visto o goleio Rogério Ceni em ação, antes de se aposentar, foi um privilégio. Ele faz em campo o que todo torcedor apaixonado pelo time faria.

E a saga continua no dia 4 de abril, data do próximo jogo do São Paulo em La Paz pela Libertadores, contra o The Strongest. A torcida acreana promete voltar e levar um número ainda maior de torcedores.