A estatura, o jeito de falar e o vício no vídeo-game podem dar a entender que Osvaldo ainda é um menino de 18 anos. Mas a caminhada do garoto e o protagonismo que ganhou no São Paulo, entre tantas estrelas, garantem que o atacante já está bem amadurecido. Só não vai conseguir deixar o status de caçula da família. Será sempre o 'menino de ouro' da casa.

Aos 25 anos, o cearense vive o ápice de sua carreira no tricolor paulista, com a torcida que vai além do Morumbi. De Fortaleza, o pai que carrega o mesmo nome do filho e os outros dois irmãos vibram com cada gol, cada passe, cada feito de Osvaldo.

- Sinto muito orgulho, porque é uma coisa que desde pequeno ele luta pra conseguir e hoje a gente vê num time de categoria que é o São Paulo - declara Seu Osvaldo, de 58 anos.

Pra não machucar o coração, o pai precisa dividir a racionalidade da emoção. Mesmo corintiano, nunca deixou de vibrar com um gol tricolor.

- Até quando tem Corinthians e São Paulo, torço pra ele fazer o gol. Dependendo da situação, eles podem até ganhar, como agora, com o Corinthians focado só no Mundial - explica.
Agora estou em um dos maiores clubes do mundo"
Osvaldo

Antes de assinar contrato com o São Paulo, Osvaldo até recebeu proposta do Timão, para o delírio do pai-coruja. Mais uma vez, entretanto, prevaleceu a razão, e não a emoção.

- Ele achou que no São Paulo ia ter mais futuro, porque a oportunidade de poder jogar no Corinthians era menor, ele ia ter pouca chance - afirma.

Santos e Cruzeiro - então treinado por Vagner Mancini, que trabalhou com o atacante no Ceará - também tentaram levar o cearense. Mas hoje a família não tem dúvidas de que o jogador fez a escolha certa. E é a ela que o baixinho veloz, vice-artilheiro da equipe na Série A, com 8 gols, agradece o apoio.

- A família é a base da gente. Sempre me apoiou, desde o começo, acreditou em mim e as coisas têm dado certo - fala Osvaldo.

Em 2008, ele diz que perdeu a maior incentivadora de sua carreira: a mãe. Estava jogando pelo Fortaleza, contra o Icasa, no Campeonato Cearense, quando ela estava quase falecendo. Depois do jogo, ainda conseguiu a ver com vida, até sofrer um baque.

- Foi difícil pra caramba. O Silas, que era o treinador do Fortaleza, me apoiou muito, com o grupo, e Deus me confortou - declara o garoto.

A casa ficou só com homens. Osvaldo pai, Osvaldo Filho, além dos irmãos Emerson e Everton, que o viram partir do Fortaleza para os Emirados Árabes. Osvaldo também teve passagem por Portugal, antes de desembarcar novamente no Brasil, para defender o Ceará.

- O Ceará foi importante pra eu poder mostrar meu valor numa Série A. No Fortaleza, também tinha demonstrado meu potencial, mas estava na Série B, na época. Não fui tão visto como fui no Ceará - lembra o atacante.

Agora morador da capital paulista, entre uma rodada do Campeonato Brasileiro e outra, quando consegue, visita os parentes e o ex-clube no Ceará. Vez por outra, a ordem se inverte e eles vão até São Paulo. Sempre com o intuito de trocarem incentivos e continuarem sonhando alto.

- Tenho falado com meus familiares que tou mais perto do que longe (da Seleção). Quando eu estava no River-PI estava longe. Agora estou em um dos maiores clubes do mundo - orgulha-se o atacante.

A convocação é, hoje, o sonho mais alto da família Lourenço. Ninguém tem pressa. Todos têm conhecimento da capacidade do atacante do São Paulo e sabe, mais ainda, que sem apoio e incentivo ele nunca vai ficar. Ainda mais porque a família aumentou, ele ganhou outros irmãos, na rotina de treinos e nas disputas de video-game.

- Tenho um bom relacionamento com todos, mas principalmente com Jadson, Edson Silva, Wellington e Cortez - finaliza Osvaldo.