A justiça tarda, mas (às vezes) não falha.

Vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro, com dez gols, Luis Fabiano está de volta à Seleção Brasileira para disputar o Superclássico das Américas, contra a Argentina. Convocação justa e merecida, apesar de “atrasada”.

Com a escassez de um reserva à altura para Leandro Damião, o Fabuloso já provou – e ainda tem provado – estar à frente tecnicamente de Jonas, André, Diego Tardelli, Kléber, e tantos outros testados por Mano Menezes nos últimos meses.

Recuperado de uma lesão na coxa esquerda, o atacante tem uma oportunidade de ouro nas mãos contra os hermanos. E o camisa 9 do Internacional que abra bem os olhos. O são-paulino tem qualidade de sobra para disputar e assumir a titularidade.

Na goleada por 8 a 0 em cima da China, por exemplo, Mano sacou Damião e escalou um ataque mais versátil com Oscar, Hulk, Lucas e Neymar. A velocidade foi priorizada e a mudança surtiu efeito. Mas o time também pode se manter eficiente com um centroavante. Mais do que testar um novo esquema tático em Recife, o treinador mostrou que o colorado não é titular absoluto.

Leandro Damião já provou ter potencial para ser o camisa 9 da Seleção. Mas no Morumbi, na última sexta-feira, diante da África do Sul, ele passou em branco e sentiu a cobrança da torcida paulista, que gritou o nome do Fabuloso. Culpa da pouca experiência, o que é normal para um jogador de apenas 23 anos e que tardou a brilhar.

Luis Fabiano pode não ter a mesma habilidade e presença de área do “rival”, mas tem faro de gol mais apurado e rodagem no futebol. Aos 31 anos, não treme em momentos decisivos. Com os estádios lotados na Copa do Mundo, pressão não vai faltar. E não acredito que ele vai fugir da responsabilidade.”