Se pretende abrir discussão sobre a utilização de uma Seleção Sub-20 na Olimpíada como forma de amenizar as reclamações dos clubes, o presidente da CBF, José Maria Marin, descartou, em entrevista ao Terra, a adequação de um calendário em curto prazo para que se encerre a coincidência de datas Fifa e de campeonatos nacionais. Assim, os times terão de conviver com desfalques durante o próximo ano, quando o Brasil deve disputar até 12 amistosos, Copa das Confederações e mais dois jogos pelo Superclássico das Américas, contra a Argentina.
Marin avisou que a prioridade será a preparação para a Copa do Mundo e pediu já com antecedência a compreensão dos clubes para os desfalques durante as rodadas do Brasileiro. Em 2013, o calendário nacional passa por uma adaptação com a disputa da Copa do Brasil ao longo de todo o ano, mas a coincidência de datas Fifa com competições pelo País não deixarão de ocorrer.
"Existe uma situação especial, realmente existe. Mas a próxima Copa do Mundo vai ser em nosso País. Nós já estamos classificados e não vamos disputar as Eliminatórias. Se estamos garantidos já, por outro lado era nela que começávamos a nos preparar. Como podemos compensar esta formação e amadurecimento? Através de amistosos. Temos que jogar com essas condições, que nem sempre é agradável aos clubes, mas dentro de um fato concreto que a próxima Copa do Mundo no nosso País", disse.
Nesta semana, os técnicos Tite e Muricy Ramalho reclamaram sobre o fato de os times jogarem pelo Brasileiro enquanto emprestam seus atletas para a Seleção. A estratégia dos clubes para pressionar a CBF tem sido pedir adiamento de jogos por conta da situação. No último ano, o Santos cedeu três jogadores para a Copa América e teve o pedido aceito pela entidade. Neste ano, os jogadores que disputaram a Olimpíada perderam oito rodadas do Brasileiro.
O problema central para a coincidência de datas está no inchaço do calendário. A maior crítica recai sobre os campeonatos estaduais, mas Marin é enfático ao defender os torneios que ocupam 23 datas no ano. Para ele, as competições regionais fazem parte da cultura brasileira e são reflexos do poderio dos Estados. E uma adequação ao calendário europeu está fora de questão.
"Em razão de várias situações diferentes distintas, começando pelo clima, não podemos pensar em adequar o calendário brasileiro ao europeu, mesmo porque temos o Campeonato Brasileiro e importantíssimos regionais, campeonatos importantes. Todos dentro de suas respectivas realidades e muito fortes. Fazer um calendário baseado no europeu foge de realidade", argumentou.
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