Embora a atração principal da visita à AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) tenha sido Luis Fabiano, outro atacante do São Paulo aproveitou para tentar ficar ainda maior. Dessa vez, fora de campo. Quase uma criança, aos 18 anos, Ademilson está em fase de crescimento como jogador e ser humano. Autor de três gols nos últimos quatro jogos da equipe, o companheiro de ataque de Fabuloso pediu para acompanhá-lo ao hospital quando soube que ele teria de cumprir a punição imposta pelo STJD.

Em recente viagem para Goiânia, o jovem visitou uma instituição de jovens vítimas de abuso. Gostou tanto de aprender com as experiências de outras pessoas que resolveu seguir o parceiro. Sem tantos holofotes sobre ele, ficou até mais livre para sentar, brincar, jogar bola e até pedalar ao lado das crianças e adolescentes especiais.



Promovido no início deste ano ao time profissional e titular pela primeira vez apenas com a chegada de Ney Franco, Ademilson chegou a despertar curiosidade em alguns integrantes da AACD, que perguntavam quem era ele e qual seu nome. As crianças, certamente, não vão mais se esquecer do jogador, e vice-versa.

- Foi um aprendizado diferente. Uma representante aqui do hospital disse que nunca vou ver uma criança aqui chorando por reclamar de alguma coisa. Quando chorarem, será por dor, cansaço. E às vezes a gente reclama de tantas coisas excelentes. Tirar um sorriso dessas crianças não tem palavras - enalteceu o jogador, que também segurou no colo o garoto Serginho, de seis anos, ex-corintiano que virou tricolor na tarde desta sexta-feira.

Ademilson tem aproveitado muito bem os desfalques do São Paulo no ataque. Luis Fabiano se machucou novamente e deverá ficar até três semanas sem jogar. Osvaldo também está lesionado e Lucas disputa as Olimpíadas de Londres com a seleção brasileira. No domingo, contra o Sport, no Morumbi, o garoto deverá formar dupla com Willian José.

Será a primeira vez que Ademilson vai usar a camisa 11 no Campeonato Brasileiro. Ele era o número 29, mas como na Copa Sul-Americana só se pode inscrever do 1 ao 25, ele herdou a nobre 11, que estava sem dono desde o início do ano. Em razão das boas atuações e elogios até de Rogério Ceni, ficará com ela também na competição nacional.

Durante a visita à AACD, Ademilson revelou que seu sonho de criança era vestir a camisa 9 do São Paulo. Muito por causa da primeira passagem de Luis Fabiano, há oito anos. Agora, ao lado do antigo ídolo, ele sabe que a 9 se tornou inatingível.

- Estou jogando agora como segundo atacante e muito feliz por receber a camisa 11. A 9 é dele, não tenho nem o que falar. A 11 está de ótimo tamanho para mim.