Jadson atendeu a reportagem do LANCENET! na última sexta-feira (Foto:Ari Ferreira)

Durante quase 30 minutos de bate-papo, Jadson passou a maior parte do tempo sério. Sorriu quando brincou que o GPS o levou para uma rua sem saída e, já sem os microfones, ao falar de Cortez. Segundo o meia, um cara legal, que adora “resenhar” no dia a dia. No mais, cara fechada e concentração.

Com esta postura o camisa 10 vai para o primeiro clássico pelo São Paulo. Em seu terceiro jogo, terá a responsabilidade de armar a equipe diante do Corinthians. O agora rival, em 2004, lhe proporcionou uma das maiores atuações da carreira. Pelo Atlético-PR, 5 a 0, com três gols anotados no Campeonato Brasileiro.
– Agora muda porque existe a rivalidade, que é maior. Esta é a grande diferença – explicou o jogador.
– Foi muito bom, mas tive outras que eu gostei. Ficou marcada pelos gols e por ser o Corinthians. Contra o Werder Bremen, na final da Uefa, que fui o melhor em campo, foi legal. Também teve contra a Romênia, no Brasil, pela Seleção. Tiveram outros, mas lembro desses – completou.
Assim como neste domingo, dois dos confrontos marcantes para Jadson aconteceram no Pacaembu. O último foi ano passado, na despedida de Ronaldo, quando tocou para Neymar, que deixou Fred livre para marcar. No estádio, considerado a casa do Corinthians, boas recordações. Nesta tarde, chance de colocar mais um confronto em sua galeria.
O meia ainda não está em condições físicas ideais, o que deve acontecer ainda em um mês. Mas encara clássico de uma maneira diferente. Para Jadson, os três pontos são os mesmos de qualquer partida, mas as consequências são bem diferentes.
Diante do Comercial, depois de ser sacado por Emerson Leão ainda no intervalo, o camisa 10 não dormiu bem. No CT da Barra Funda, onde mora provisoriamente – espera encontrar um apartamento próximo ainda esta semana –, demorou a pegar no sono. Mas após o Majestoso a expectativa é de que seja diferente.
– Não fui mal, mas não fui bem e poderia ter ido melhor. À noite, quando cheguei, nem dormi direito. Quando não vou bem fico pensando a noite toda. É bom ter autocrítica. Mas espero, com a vitória, dormir bem desta vez – explicou.
Jadson não conseguiu mostrar seu melhor futebol nos dois primeiros confrontos. Ainda sem assistências e gols, no Pacaembu é dia de desencantar e aumentar seu currículo de boas apresentações.

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Como é chegar em um clube que está mudando todo o elenco?
Foram três anos campeão brasileiro, acostumado a títulos. E quando não vêm, pensam em reformular. O grupo este ano é forte, com jogadores experientes, novos e de qualidade. Tem tudo para conseguir títulos, bons campeonatos. Unidos dentro e fora de campo.
Por que saiu no intervalo contra o Comercial? Pediu para sair?
A equipe estava jogando bem, mas o Leão decidiu trocar no intervalo para ter mais velocidade no ataque. Foi questão tática e estou para ajudar, independentemente do tempo. Estou me adaptando ao futebol brasileiro, mas logo as coisas vão acontecer da melhor maneira.
O que seria esta adaptação?
Questão de entrosamento, foi só o segundo jogo. Não deu para treinar coletivo, muitos jogos, só recuperação, daí dificulta. Mas tranquilo, tenho de pegar o estilo de jogo do Brasil, analisar, porque é diferente do que estava acostumado na Ucrânia.
Você se prepara de outra maneira em clássico ou é igual a todos?
Por ser clássico você não pode encarar de qualquer maneira. Tem de estar concentrado, porque é um jogo de vida ou morte. Todos têm de concentrar bem, para chegar no jogo e poder evitar os erros e jogar o melhor possível para vencer.
Lembra de 2004, quando fez três gols em um 5 a 0 no Corinthians?
Lembro. Foi no Pacaembu, um 5 a 0, fiz três e o Dagoberto, dois. Foi inesquecível, porque nem sempre se faz 5 a 0 no Corinthians, e no Pacaembu. Fiquei feliz e fica marcado na minha carreira até hoje.
Dá para repetir a atuação?
Só Deus pode dizer. Quem sabe... Não posso dizer não e nem sim. Dependerá de como será o jogo.