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Carlos Simon ( O da CBF ): ‘Ninguém nunca tentou me comprar’

Fluminense x Guarani vai ser último jogo do juiz de três Copas


Quando apitar o fim da partida entre Fluminense e Guarani neste domingo, o árbitro gaúcho Carlos Eugênio Simon também colocará o ponto final em uma trajetória de 27 anos e 1.197 jogos. Em entrevista exclusiva ao LANCENET!, ele fez um balanço de sua vida dentro dos gramados:

– Tive mais acertos do que erros.

Concentrado para a hora do apito final, ele revelou que estuda convites. Confira a íntegra do papo com o mais importante juiz brasileiro dos últimos anos.

Um árbitro se prepara para a aposentadoria?

Árbitro tem idade-limite, portanto, sabia que pararia aos 45 anos. Mas 27 anos não são 27 dias. Será uma emoção muito grande.

Apitar o jogo que poderá decidir o título brasileiro é um fecho com chave de ouro?

Com todo o respeito aos profissionais do Fluminense e do Guarani, o jogo é decidido em campo. Não penso em nada que não seja um jogo perfeito neste domingo.

O que faltou para você apitar uma final de Copa?

Estávamos cotados para 2010, mas isto não depende da gente. Entenderam que o inglês (Howard Webb) deveria apitar.

Você se considera o maior entre todos os juízes brasileiros? Sua longevidade deve-se ao baixo nível da arbitragem nacional?

Não me considero acima de todos. Fui apenas um sujeito que trabalhou demais. Tivemos grandes árbitros como o Arnaldo Cézar Coelho, o José Roberto Wright e o Agomar Martins. O material humano é bom, é preciso lapidá-lo.

Como avalia o trabalho de Sérgio Corrêa, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF?

Ele vem tentando, é um trabalhador. Há um processo de renovação, mas temos muito o que evoluir. Temos de acabar com o sorteio, regulamentar a profissão e profissionalizar os árbitros. Considero bom o trabalho do Sérgio.

Com o fim do sorteio, qual deveria ser o modelo adotado?

Os melhores tem de apitar os melhores jogos. O sorteio prejudicou a arbitragem nacional. O único lugar onde se faz sorteio é aqui.

Alguém já quis te comprar?

Jamais! Nunca ninguém me ofereceu nada. A corrupção não é comum na arbitragem. Houve o caso Edílson (de Carvalho, pivô de um esquema de manipulação). Só soube deste episódio.

O que achou dos últimos episódios de corrupção envolvendo o presidente Ricardo Teixeira?

Não acompanhei a fundo.

Quais serão seus passos após o término da sua carreira?

Há propostas para comentar e ser instrutor de árbitros. O presidente Lula me sondou para trabalhar na organização da Copa de 2014. Vou descansar e decidir.

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